Bradesco tem lucro recorrente de R$3,47 bi no 1o tri, acima do esperado

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Por Redação
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O Bradesco abriu nesta quinta-feira a temporada de divulgação de resultados de grandes bancos no Brasil do primeiro trimestre com lucro acima do esperado por analistas, com queda na inadimplência e despesas com pessoal controladas. Mas o resultado veio também com indicações de aumento futuro na inadimplência e com a primeira queda sequencial da margem financeira com juros desde o segundo trimestre do ano passado. O segundo maior banco privado do país teve lucro líquido de 3,44 bilhões de reais no primeiro trimestre, alta de 18 por cento ante o resultado positivo de igual período de 2013. Em bases recorrentes, o lucro foi de 3,47 bilhões de reais de janeiro a março, avanço também de 18 por cento na comparação anual. A previsão média de seis analistas consultados pela Reuters apontava que o banco teria lucro recorrente de 3,38 bilhões de reais. A margem financeira com juros, que vinha crescendo desde o segundo trimestre do ano passado, recuou 0,3 por cento sobre os três últimos meses de 2013, numa indicação de dificuldade no repasse de juros maiores. No período, a margem com juros somou 10,95 bilhões de reais, valor 4,2 por cento acima do obtido um ano antes. As receitas com prestação de serviços foram de 5,28 bilhões de reais, expansão de cerca de quase 15 por cento sobre o primeiro trimestre do ano passado. Já as despesas administrativas e com pessoal subiram num ritmo bem inferior, com alta de 3,9 por cento, ante o primeiro trimestre de 2013. No comparativo com os três últimos meses do ano passado, essa linha do resultado apresentou queda de 7,5 por cento. Em 12 meses até março, o número de funcionários do Bradesco caiu de 102,79 mil para 99,55 mil. O retorno sobre o patrimônio líquido médio recorrente --importante indicador da rentabilidade de instituições financeiras-- chegou a 20,5 por cento, melhor nível dos últimos sete trimestres, segundo o Bradesco. As ações preferenciais do Bradesco subiam 0,94 por cento às 11h03, enquanto o Ibovespa tinha queda de 0,62 por cento. CRÉDITO No fim de março, a carteira de crédito do Bradesco somava 432,3 bilhões de reais, avanço de 10,4 por cento em 12 meses e de 1,2 por cento no trimestre. Destaques na área de pessoa física foram recuo de 13,6 por cento nos financiamentos para veículos e altas de 25,2 por cento na carteira de crédito consignado e de 36,5 por cento nos empréstimos imobiliários ante março de 2013, mantendo preferência do banco pelo foco em linhas de menor risco. A expectativa do Bradesco para o crescimento da carteira de crédito em 2014 é de 10 a 14 por cento. O índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, foi de 3,4 por cento, ante 3,5 por cento no fim de 2013 e 4 por cento um ano antes. Mas os indicadores de inadimplência futura mostraram altas na pessoa física e jurídica entre o quarto trimestre de 2013 e o primeiro trimestre deste ano. Entre pessoas físicas, o índice de calotes em operações vencidas entre 61 e 90 dias subiu de 1,05 para 1,12 por cento, enquanto entre empresas cresceu de 0,52 para 0,72 por cento. O Bradesco afirmou no balanço que esse crescimento na inadimplência entre 61 e 90 dias deveu-se a "em parte, pelo efeito sazonal dos clientes do segmento varejo (tanto pessoa física como jurídica), bem como a entrada de alguns casos pontuais de clientes do segmento 'Corporate' e 'Empresas'". As despesas com provisões para perdas com crédito foram de 2,86 bilhões de reais no primeiro trimestre, queda de 8 por cento no ano a ano e redução sequencial de 3,4 por cento. O Bradesco terminou março com ativos totais de 922,2 bilhões de reais, alta de 3,1 por cento em 12 meses. (Por Alberto Alerigi Jr.; Reportagem adicional de Guillermo Parra-Bernal)

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