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Brasil deve revidar ação da Argentina, sugere Abrinq

Por Marcelo Rehder
Atualização:

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) defendeu ontem a adoção de "providências imediatas" contra a nova ofensiva protecionista do governo da presidente Cristina Kirchner, que restringiu a entrada de brinquedos brasileiros no mercado argentino. Para o presidente da entidade, Synésio Batista da Costa, o governo Lula "tem que dar o troco"."Os argentinos estão muito assanhadinhos e está na hora de dar um basta nisso", afirmou Costa. "Por que só eles podem bater na gente? Acho que agora é hora de o Brasil proibir a entrada em território nacional de queijo, vinho, derivados de leite e carne argentinos"O executivo reconhece que essa não é a maneira correta de agir no mundo dos negócios. "Mas os argentinos estão forçando muito a barra, acho que para testar qual o tamanho da paciência do ministro Miguel Jorge (do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)".Na segunda-feira, o governo argentino publicou no Diário Oficial portaria suspendendo duas disposições sobre requisitos de segurança em brinquedo. Elas simplificavam a validação da entrada de brinquedos brasileiros, já que aceitavam os certificados de segurança dos produtos provenientes do Brasil. Agora, os brinquedos brasileiros passarão por um novo crivo alfandegário."Quando terminei de ler a portaria, estava com vontade de pegar em armas", contou o presidente da Abrinq, Ele estava a bordo de um avião, voltando para o Brasil depois de ter participado de reunião com empresários da câmara argentina da indústria de brinquedos no país vizinho. "O problema não são os empresários, mas sim o governo argentino", disse.Para ele, além de representar uma ofensa ao governo Lula, a decisão argentina provoca estragos econômico e no humor dos empresários brasileiros do setor. "Veio numa hora muito ruim, quando nos preparávamos para as vendas do Natal".A restrição aos produtos brasileiros abre espaço para a invasão de brinquedos chineses, que não estão sujeitos ao mesmo rigor. "Se o governo brasileiro não fizer nada, vai entrar no Mercosul produto chinês contaminado, pela porta da Argentina".

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