Brasil e Argentina decidem criar empresa para enriquecer urânio

Acordo de cooperação nuclear prevê ainda 'desenvolvimento de reator de potência'.

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Por Marcia Carmo
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Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner assinaram nesta sexta-feira, em Buenos Aires, um acordo de cooperação nuclear entre Brasil e Argentina que prevê a formação de uma "empresa binacional de enriquecimento de urânio". Lula e Cristina Kirchner também concordaram em trabalhar juntos no "desenvolvimento de um modelo de reator nuclear de potência que atenda às necessidades dos sistemas elétricos dos dois países e, eventualmente, da região". A parceria na área nuclear prevê a formação de uma comissão binacional que terá prazo até agosto deste ano para elaborar estudos específicos sobre as duas iniciativas. De acordo com o documento assinado pelos dois presidentes, no mesmo prazo, os organismos ligados ao setor tanto no Brasil como na Argentina deverão definir "um projeto comum na área do ciclo do combustível nuclear". Os dois países estipularam um prazo até o fim de junho para o início das negociações para a formação da empresa binacional de enriquecimento de urânio. Antes disso, em 1º de março, a primeira reunião da comissão binacional deve ser realizada para dar andamentos aos projetos de cooperação nuclear. Energia No total, Lula e Cristina Kirchner, acompanhados de diversos ministros, assinaram 17 acordos. Todos eles incluem um cronograma de reuniões e prazos. Um dos acordos afirma que os dois presidentes vão determinar às autoridades da área de energia que avancem na negociação para garantir a exportação de energia elétrica do Brasil para a Argentina durante o próximo inverno. Os detalhes serão definidos em reuniões em março e abril. A Argentina vive hoje um momento de preocupação com o risco de desabastecimento de energia, principalmente durante o período de baixas temperaturas. Ainda na área energética, Lula e Cristina Kirchner reafirmaram os planos de contruir o Complexo Hidrelétrico de Garabi, no Rio Uruguai, com o objetivo de aumentar a oferta de eletricidade para os dois países. Na area de defesa, os dois presidentes assinaram entendimento que prevê a produção industrial e a comercialização do veículo militar "Gaúcho" a partir do primeiro semestre de 2009. Os novos acordos incluem ainda o projeto de criação de uma empresa binacional para produzir remédios básicos para os sistemas públicos de saúde de Brasil e Argentina e uma parceria entre a Embraer e a estatal argentina Area Material Córdoba (AMC). A Embraer deve vender aviões para o mercado argentino e comprar peças da AMC para a produção de aeronaves da família 170/190. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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