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Brasil é o quarto país em roubo de arte no mundo

Por AE
Atualização:

Depois de assinar há cerca de dez anos um convênio com a Organização Internacional de Polícia Criminal, conhecida como Interpol, o governo federal catalogou o roubo ou furto de 933 bens culturais - incluindo quadros, esculturas, documentos e obras sacras -, sem contar o Portinari e o Picasso levados ontem do Masp. Mas, na prática, essa parceria teve pouco resultado. Até agora, apenas 35 obras foram recuperadas. O Brasil é o quarto país em furto ou roubo de arte no mundo, fica atrás só de Estados Unidos, França e Iraque. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério da Cultura, deveria informar os detalhes das peças para que as polícias do mundo inteiro pudessem procurá-las. Até ontem, só 80 das obras listadas pelo Iphan tiveram dados traduzidos e fotografias enviados à Interpol. Além disso, não existem fotos de quase um terço das 918 peças catalogadas. ?A falha na verdade está nas instituições, que não têm bancos de dados com informações sobre as próprias peças?, diz o diretor do Departamento de Museus do Iphan, José do Nascimento Júnior. ?Quase não há registro fotográfico de muitas imagens sacras em cidadezinhas de Minas e da Bahia. Aos poucos, estamos atualizando os cadastros. O que fizemos nesses últimos anos foi investir quase R$ 1 milhão em segurança nos 40 museus federais. Todos deveriam investir.? Segundo a Interpol, o roubo de bens artísticos e históricos já é o terceiro delito mais rentável no mundo - depois do tráfico de armas e de drogas - e movimentou em 2006 cerca de US$ 4 bilhões. O Brasil é o principal alvo dos ladrões na América Latina. No mundo, fica atrás só de Estados Unidos, França e Iraque. O roubo cinematográfico ao Museu da Chácara do Céu, em 2006 no Rio, por exemplo, aparece entre os dez maiores do mundo no site do FBI - foram levados quadros de Dalí, Matisse, Monet e Picasso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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