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Brasil e Paraguai adiam novamente acordo sobre Itaipu

Lula e Lugo vão conceder uma entrevista à imprensa nesta sexta para revelar a conclusão que chegaram

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Por Redação
Atualização:

A falta de consenso entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo adiou nesta quinta-feira, 7, um possível acordo entre o Brasil e o Paraguai sobre a utilização da energia da usina hidrelétrica de Itaipu.Os dois presidentes se reuniram por mais de duas horas para debater o tema e também a assinatura de outros 15 acordos de cooperação. Como não obtiveram um entendimento sobre o tema central da visita de Lugo a Brasília, preferiram adiar qualquer anúncio, continuar conversando durante o jantar e conceder uma entrevista à imprensa na manhã de sexta-feira, 8, para revelar a que conclusão chegaram. O governo paraguaio demanda um aumento do preço da energia cedida ao Brasil e a liberação para vender o excesso de energia a que tem direito para outros países. O tratado de Itaipu estabelece que cada país tem direito a 50 por cento da energia produzida na usina binacional, que tem capacidade para gerar 14 mil megawatts. Determina, entretanto, que, caso o Paraguai não utilize sua parte, a energia tem de ser vendida ao parceiro. Assim, o Brasil acaba consumindo 96 por cento da energia gerada. O Brasil descarta uma alteração no contrato. Oferece ao vizinho, entretanto, um pagamento maior pela cessão da energia --valor que no ano passado totalizou 130 milhões de dólares--, a construção de uma linha de transmissão para que o Paraguai aproveite melhor a energia de Itaipu, uma subestação, uma linha de crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e um fundo de investimentos. Lugo, que enfrenta uma delicada situação em seu país devido às denúncias de que teve filhos quando ainda atuava como bispo, fez da renegociação do tratado de Itaipu uma das suas principais bandeiras na campanha eleitoral.

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