Brasil e UE mostram leve otimismo sobre Rodada de Doha

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Por JONATHAN LYNN
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Autoridades de comércio do Brasil e da União Européia afirmaram na segunda-feira que estão esperançosos com as perspectivas sobre um avanço na Rodada de Doha de negociações comerciais, e afirmaram que uma reunião ministerial deve acontecer em breve. "Estou moderadamente otimista de que poderemos finalizar isso até o final do ano", disse o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, em entrevista à imprensa ao lado da Comissária de Comércio da UE, Catherine Ashton, que afirmou: "Eu usaria as palavras 'cautelosamente otimista'". Amorim afirmou que, apesar de possivelmente ser um risco realizar uma reunião ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), não fazê-la seria ainda pior. "Se não tivermos uma (reunião) ministerial, é um fracasso. E não conseguiremos esconder isso do mundo", disse ele. "Não há escolha, realmente, aqui. Ou tentamos ou não tentamos. E temos que tentar". A União Européia e o Brasil estão entre os maiores defensores de um esforço para finalizar as negociações, que já duram sete anos, até o final deste ano. Uma conclusão seria uma maneira de injetar confiança na atribulada economia mundial. Ashton afirmou que, apesar "de ainda haver muito para se fazer" antes que um acordo seja garantido, é possível chegar lá. "Estamos em um ponto em nossas discussões em que posso ver o potencial para completar essa rodada", disse ela. SUBSÍDIOS E TARIFAS Um novo acordo da OMC reduziria subsídios e tarifas praticadas no comércio de milhares de bens e serviços, encorajando assim a atividade econômica global. Mas esforços anteriores para concluir o acordo -- que exige consenso total entre os 153 membros da OMC -- foram prejudicados devido à resistência de muitos países em expor seus produtores e importantes setores industriais a mais competição. Uma reunião ministerial em julho fracassou devido a desacordos em relação a salvaguardas para proteger produtores agrícolas de países pobres durante períodos de preços baixos dos alimentos. Negociações recentes avançaram em algumas áreas, mas permaneceram travadas em outras, levantando questões sobre se esse seria o momento correto de convocar os ministros de novo.

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