Brasil perde eleição para agência mundial de patentes

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Por AE
Atualização:

Por apenas um voto de diferença, o Brasil perdeu a eleição para o comando da organização máxima de patentes no mundo, conhecida como Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI). Com o apoio dos Estados Unidos, o australiano Francis Gurry derrotou o brasileiro José Graça Aranha por 42 votos a 41. Gurry também recebeu votos de delegações africanas, o que levantou suspeitas de pressão por parte das nações desenvolvidas. A entidade internacional, com um orçamento de mais de R$ 1,2 bilhão por ano e responsável por ditar as regras de patentes no mundo, é considerada pela diplomacia brasileira como estratégica no debate sobre bens públicos e acesso a medicamentos, no qual o País tem assumido uma posição de destaque. A candidatura brasileira tinha como objetivo tentar dar um novo perfil à entidade e demonstrar que o sistema de patentes não precisa ser, necessariamente, um custo a inviabilizar programas das nações mais pobres, mas um vetor de desenvolvimento. O Brasil é visto pela diplomacia americana como radical nos debates sobre patentes e a idéia de um brasileiro na organização não era totalmente aprovada por Washington. A Casa Branca não economizou esforços para colocar na entidade seu aliado. O resultado da votação logo levantou dúvidas sobre a motivação dos países. Um embaixador centro-americano garantiu que viu a delegação americana pressionar um país africano antes da votação. Um embaixador africano deixou claro que governos dos países ricos estavam oferecendo pacotes de cooperação técnica em troca de votos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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