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Brasil quer ser sócio 'número 1' de Cuba, diz Amorim

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Por Redação
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O Brasil quer ser o sócio comercial "número 1" de Cuba, disse na sexta-feira o chanceler Celso Amorim durante visita à ilha para dar prosseguimento a acordos assinados em janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele abriu na sexta-feira uma conferência bilateral de empresários, cujo foco é avaliar possibilidades de comércio e investimento em Cuba, a partir, por exemplo, de um convênio para a produção de soja em solo cubano. "Neste momento tão importante para o povo cubano, tão importante para o desenvolvimento cubano, o Brasil gostaria de ser, se fosse possível, sem excluir ninguém, o sócio número 1 [...] dentro desse esforço de modernização de Cuba", disse Amorim a jornalistas em Havana. O ministro cubano de Comércio Exterior, Raúl de la Nuez, disse que o comércio entre os dois países vem ganhando importância e em 2007 se aproximou de 450 milhões de dólares. "Se excluíssemos as faturas de importação de combustível e derivados da Venezuela, o Brasil seria o nosso primeiro sócio comercial na região", disse De la Nuez a jornalistas. A Venezuela, aliada política do regime comunista cubano, vende 92 mil barris de petróleo por dia a Cuba, com condições especiais de pagamento. Em nível mundial, o Brasil é apenas o décimo maior parceiro comercial de Cuba. Em janeiro, Lula assinou em Havana dez acordos econômicos, para temas como produção de óleos e lubrificantes, construção de estradas, importações para o setor turístico e questões médicas e da indústria farmacêutica. O Brasil ofereceu um crédito de 150 milhões de dólares para investimentos na ilha, e o valor, segundo Amorim, pode chegar a 600 milhões. VIAGEM POR CONTRA PRÓPRIA Pouco depois de deixar a conferência, Amorim se reuniu com o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, a quem reiterou a intenção de tratar as relações bilaterais com mais "pragmatismo". Como prova disso, citou o crescente interesse de empresários brasileiros pela ilha. "Os empresários vieram todos por conta própria, não vieram num avião presidencial, o que demonstra que estão autenticamente interessados em fazer negócios", disse Amorim ao colega. A cooperação com o Brasil poderia gerar investimentos no dilapidado setor agrícola cubano e também na exploração de petróleo. André Ghirardi, assessor da presidência da Petrobras, disse à Reuters que estão em andamento "entendimentos" para a prospeção de petróleo em águas profundas cubanas no Golfo do México, ainda sem datas definidas. Amorim e Roque firmaram um convênio para estimular o cultivo de soja na ilha, num momento em que o governo local se empenha em substituir importações de alimentos para enfrentar a alta global de preços. "Raúl [Castro, presidente de Cuba] está metido diretamente na produção de soja", disse Pérez Roque a Amorim, que também deve ter outras reuniões com autoridades locais. (Reportagem de Rosa Tania Valdés)

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