Brasil reduz ritmo de compra de empresas no exterior

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Por Redação
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As empresas brasileiras têm ampliado o número de transações de compras de companhias no exterior ano a ano, mas o movimento dos últimos dois meses mostra uma certa desaceleração no ritmo. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela consultoria KPMG, o número de negócios realizados em outubro e novembro foi de seis aquisições, enquanto no primeiro trimestre do ano foram 12 e no segundo, 15. "Desacelerou", resumiu Luis Motta, sócio da KPMG, em encontro com a imprensa para a divulgação do ranking de transacionais brasileiras, realizado pela Fundação Dom Cabral e patrocinado pela KPMG. Ele lembra, entretanto, que "o Brasil está se internacionalizando de forma muito rápida", já que em 2005 foram 24 aquisições de empresas de outro país, número que saltou para 47 em 2006 e para 66 em 2007. Até novembro deste ano, segundo os números informados pelo executivo, foram 53 transações, das quais só seis entre outubro e novembro. Motta também destacou que, no primeiro semestre de 2005, a cada negócio que um emergente fazia em país desenvolvido, estes faziam quatro. "No final de 2007, essa relação caiu para menos de dois para um", ou seja, hoje, para cada compra feita por um emergente em país desenvolvido, estes fazem menos de duas. O executivo da KPMG também salienta que "a internacionalização é um movimento que veio para ficar, é uma questão de sobrevivência" e, por isso, não a considera uma tendência passageira. RENTABILIDADE LIMITADA Nesta terceira edição do ranking de internacionalização das empresas, a Fundação Dom Cabral destacou que, ainda que as operações no exterior já respondam por mais de 20 por cento da receita bruta das empresas, elas equivalem apenas a 8,1 por cento da geração de caixa medida pelo Ebitda. "As operações internacionais mais maduras geram, em geral, um Ebitda pouco abaixo das operações domésticas", ponderou o professor Álvaro Bruno Cyrino, do Núcleo de Internacionalização da Fundação. Ele também avaliou que "a estrutura de governança ainda é pouco internacionalizada", já que é baixo o volume de ações com direito a voto mantido por estrangeiros assim como a participação dos estrangeiros no conselho de administração das transnacionais brasileiras. Cyrino também apontou que a atividade de internacionalização "ainda não tem forte representatividade dentro da estrutura de poder" das empresas. De acordo com a pesquisa, ainda se trata de "uma atividade de segundo nível, difusa na organização". No ranking das 20 maiores transnacionais brasileiras por ativos no exterior em 2007, figuram, respectivamente, Vale do Rio Doce, Petrobras, Gerdau, Embraer e Camargo Corrêa. Já a lista das que estão mais transnacionalizadas é encabeçada por Camargo Corrêa Cimentos, Norberto Odebrecht, Gerdau e Votorantim Cimentos. (Reportagem de Taís Fuoco)

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