Brasil se verticaliza em ritmo acelerado

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Por AE
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Quem alardeia que São Paulo passa por um boom imobiliário nunca antes visto, desfilando números de lançamentos e valorizações, talvez não saiba apontar direitinho no mapa onde fica a cidade de Águas Claras. Tudo bem, não é nenhum pecado - mesmo quem mora em Brasília, a menos de dez quilômetros dali, também não saberia até poucos anos atrás. Mas o desconhecido município na região metropolitana da capital federal, criado em 1992 apenas para servir de passagem do trem urbano, é hoje um dos maiores canteiros de obras da construção civil brasileira. E serve também como um dos melhores exemplos de como a expansão imobiliária está mudando a olhos vistos a paisagem de dezenas de cidades. Tudo isso, graças à oferta do crédito. "O crédito farto fez com que o boom se espalhasse", diz o diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio, Luiz Paulo Pompéia. Águas Claras tem hoje cerca de 60 mil moradores em 808 hectares, quase 400 edifícios prontos, 120 sendo erguidos e espaço para dobrar de tamanho. É uma pequena Dubai, cidade no Oriente Médio símbolo da construção desenfreada, ou um pedacinho da pujança asiática em pleno Distrito Federal. E não é única. Seja em Natal (RN), Palmas (TO), Nova Lima (MG), Goiânia (GO), Porto Velho (RO), Vitória ou Vila Velha (ES), a especulação das construtoras cria bolhas de euforia e recorde de lançamentos por m². O detalhe é que, com todos esses prédios, vieram as pessoas, claro. Com as pessoas, os carros. E os acidentes de carros. E os assaltos. E a falta de água e a insuficiência da rede de esgoto. E muitos problemas estruturais, que nessas cidades se mostram ainda mais acentuados do que em São Paulo ou Rio por pura falta de planejamento e quase nenhum investimento na infra-estrutura urbana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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