Brasil tem pior abertura de vagas formais de emprego para março em 15 anos

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Por LUCIANA OTONI E NESTOR RABELLO
Atualização:

A comemoração do Carnaval em março acabou levando o Brasil a registrar a menor abertura de empregos formais para o mês em 15 anos, com forte fechamento de vagas no comércio, agricultura e construção civil e desaceleração nas contratações do setor de serviços e indústria. O país abriu 13.117 vagas formais de trabalho em março, muito abaixo do esperado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira. Pesquisa da Reuters com analistas de mercado mostrou que a mediana das expectativas era de abertura de 68 mil vagas no período. Em fevereiro, foram criados 260,8 mil postos com carteira assinada, de acordo com dados sem ajustes. Em março, o comércio fechou 26.251 vagas, enquanto a agricultura dispensou 5.314 trabalhadores e a construção civil fechou 2.231 vagas. A indústria da transformação e o setor de serviços abriram 5.484 e 37.453 vagas, em forte desaceleração em relação a março de 2013, quando foram abertas 25,6 mil e 61 mil vagas, respectivamente. Mesmo com o resultado ruim de março, o governo ainda mantém a estimativa de que serão criadas 1,5 milhão de vagas formais neste ano. "Em abril e maio devem começar as contratações com a Copa do Mundo. Está mantida nossa projeção (para o ano)", afirmou a jornalistas o ministro do Trabalho, Manoel Dias, acrescentando que a previsão é de que serão criadas 175 mil vagas temporárias para o torneio. No primeiro trimestre deste ano, foram abertas um total de 344.984 vagas formais, de acordo com dados com ajuste, ante 306 mil postos gerados em igual período do ano passado. Sem exibir grande número de contratações como nos anos anteriores, o mercado de trabalho ainda se mantém como uma das âncoras do governo da presidente Dilma Rousseff. Apesar dos sinais de menor expansão nas contratações, o especialista em mercado de trabalho, José Márcio Camargo, economista da Consultoria Opus, lembra que a desaceleração do mercado de trabalho só não está sendo maior porque a desoneração da folha de pagamento das empresas está ajudando na formalização de trabalhadores. A taxa de desemprego de março recuou para 5 por cento, a menor da série histórica do IBGE para o mês, influenciada por menor número de pessoas em busca de emprego, de acordo com dados divulgados também nesta quinta-feira.

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