Bric diz não a recursos extras para FMI sem novas cotas

PUBLICIDADE

Por AXEL BUGGE
Atualização:

Brasil, Rússia, Índia e China não irão contribuir com recursos extras ao Fundo Monetário Internacional (FMI) antes de ter seu poder de voto ampliado, afirmou nesta sexta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Nós só vamos concordar com o aumento de capital para o FMI depois que a reforma das cotas for feita, porque ainda há um desequilíbrio em nossa participação no FMI", disse. Mantega falou após uma reunião das quatro maiores economias emergentes, conhecidas como Bric, e antes da reunião de ministros de Finanças do G20 neste final de semana. Autoridades do FMI têm afirmado que o organismo precisa dobrar seus recursos para 500 bilhões de dólares, de modo a fortalecer sua capacidade de ajudar países em desenvolvimento, que enfrentam a crise de crédito. O Japão ofereceu 100 bilhões de dólares e a União Europeia está avaliando um empréstimo ao FMI de 100 bilhões de dólares, faltando ainda 50 bilhões de dólares para completar a meta. Houve pedidos para que a China, que tem a maior reserva internacional, de 2 trilhões de dólares, ajudasse a completar o número. Mantega disse que não acredita em acordo sobre a reforma das cotas do FMI na reunião dos líderes do G20 em abril. "Em abril não. Em outubro é possível", disse. A reduzida participação de países em desenvolvimento nos fóruns de decisão internacionais tem incomodado por anos. Os pedidos de mudança aumentaram com a crise global. Mantega acrescentou que o maior problema que pressiona os líderes globais é como livrar os bancos de ativos tóxicos. "Isso é chave para restabelecer a saúde da economia mundial", afirmou. Ele pediu que os Estados Unidos acelerem a solução dos problemas do sistema bancário.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.