Cabral manda expulsar PMs acusados de matar menino no Rio

Para governador do Estado, os policiais são uma 'dupla de débeis mentais, sem discernimento' e 'assassinos'

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Por Talita Figueiredo
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O governador Sérgio Cabral disse nesta terça-feira, 8, que os policiais militares William de Paula, de 36 anos, e Elias Gonçalves da Costa Neto, de 30, indiciados pela morte do menino João Roberto Amorim Soares, serão expulsos. "Estão fora da PM. Não tem conversa, estão fora como já foram para fora 300 (desde o início do seu governo)." Cabral os chamou de "dupla de débeis mentais, sem discernimento" e de "assassinos". Para o governador, a criança foi vítima da "incompetência dos dois policiais, que abordaram o carro da mãe". Veja também: Duas crianças do Rio devem receber córneas de João Roberto PMs que atiraram em garoto são indiciados por homicídio doloso Em velório, pai de João Roberto chama PMs de 'assassinos' Após morte de garoto, Rio lança 'universidade' para polícia "Como governador, (vejo que foi) um erro fatal. Uma completa incapacidade de discernimento num momento de tensão. Uma atrocidade cometida contra um inocente. O Brasil inteiro se chocou com o crime. Eu como pai não custei a dormir essa noite com a imagem do pai do menino na cabeça, pelo seu depoimento, seu desespero e seu sofrimento". A declaração foi feita durante a inauguração do Telecentro, sala com 15 computadores onde policiais militares poderão acessar os cursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), com verbas federais. O governador afirmou que estes mais de 30 cursos vão ajudar os policiais militares a se prepararem melhor. Além dos módulos teóricos, o governador anunciou ontem que vai promover curso de reciclagem em abordagem para os policiais lotados em batalhões da capital. "Entendemos que a natureza da função do policial militar, pelo nível de estresse que ele vive, ele precisa de uma revisão dessa abordagem em diferentes situações que enfrentam no dia-a-dia". Cabral informou também que em 15 dias os órgãos que têm PMs cedidos serão obrigados a devolver 30% dos funcionários à corporação. O Tribunal de Justiça perderá 175 policiais, o Ministério Público, 75, e a Assembléia Legislativa do Estado, 40. Antes de serem reintegrados à tropa, os PMs passarão por curso de reciclagem. "É uma determinação do executivo", afirmou Cabral.

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