Cai número de casos de Aids em São Paulo

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Por Paulo R. Zulino
Atualização:

O número de novos casos notificados de aids no município de São Paulo caiu 30% entre 2005 e 2006. O resultado, identificado pelo último boletim epidemiológico da Prefeitura, reforça a percepção dos especialistas de que a situação está sob controle na cidade. No entanto, se a incidência diminui ano a ano, novos desafios surgem no campo da prevenção. A exemplo do que ocorre no País, a Aids ainda avança principalmente entre as mulheres heterossexuais. A infecção entre homens que fazem sexo com outros homens se encontra estabilizada. Entre os usuários de drogas injetáveis, houve significativo declínio, mas ainda preocupa os técnicos do Programa Municipal de DST/Aids, a exemplo de outras populações específicas. Os números oficiais dão conta que, desde 1980 até 2006, foram notificados 64.705 casos de Aids na capital paulista (62.509 adultos e 2.196 crianças). Em 2006, o total de novas ocorrências chegou a 1.720 (1.113 homens e 607 mulheres). Dentro deste quadro de controle do avanço da moléstia, destaca-se também a redução gradual no número de casos decorrentes da chamada transmissão vertical do HIV, ou seja, as situações em que a criança é infectada durante a gestação, o parto ou a amamentação. A porcentagem de transmissão vertical recuou de 8,48%, em 2000, para 2,08%, em 2004. A meta da cidade de São Paulo é atingir coeficiente menor ou igual a 1% de transmissão vertical até 2009. Para tornar essa meta possível, foram adotadas medidas pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) para o controle e diminuição da taxa de transmissão vertical. Uma portaria estabelece normas para o diagnóstico e o tratamento de HIV e sífilis em gestantes e recém-nascidos. A primeira novidade é a exigência de um exame de confirmação de sorologia para HIV no momento do parto, mesmo que a mulher possua testes recentes com resultado negativo. Outra mudança importante foi a redução no prazo para a entrega do resultado de exames para HIV e sífilis realizados durante o período do pré-natal para evitar que a paciente espere em torno de 30 dias para receber o laudo da análise laboratorial. O prazo caiu para, no máximo, sete dias. Um detalhe importante é que os casos positivos poderão ser comunicados à vigilância em saúde antes mesmo de serem entregues à gestante ou a seu médico. Isso permitirá o início antecipado do tratamento das gestantes soropositivos e a localização dessas pacientes pelos serviços de saúde para uma abordagem adequada. Foram distribuídos mais de 25 milhões de preservativos à população até outubro deste ano. Também têm sido implementados projetos de prevenção à aids para a população em geral e voltados para determinados públicos, como profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, mulheres, idosos e usuários de drogas injetáveis. Nos serviços especializados, ocorre a distribuição periódica de medicamentos anti-retrovirais a cerca de 10 mil pessoas que vivem com HIV e Aids. Além disso, os cidadãos podem contar com uma rede de serviços de diagnóstico e tratamento de referência nacional.

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