CÂMBIO-Dólar fecha em queda de 0,48% ante real, após emprego nos EUA

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Por BRUNO FEDEROWSKI
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O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira, com investidores avaliando que a política monetária dos Estados Unidos não deve ser alterada agora, o que reforçou as expectativas de ingresso de recursos externos no Brasil. Segundo analistas, o desempenho do mercado de trabalho norte-americano em abril deu suporte para que o Federal Reserve, banco central norte-americano, continue retirando gradualmente suas medidas de estímulo econômico, sem afetar mais a liquidez internacional. A moeda norte-americana recuou 0,48 por cento, a 2,2193 reais na venda. O movimento foi turbinado ainda pelo baixo volume de negociações. Agentes afirmavam que o mercado está vazio, entre o feriado do Dia do Trabalho no Brasil e o fim de semana. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em apenas 900 milhões de dólares. "Essa queda (do dólar) não vem de hoje. O Brasil tem tido muito fluxo positivo e o mercado continua trabalhando em cima dessa expectativa", disse o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros. Nos últimos três meses até este pregão, a moeda norte-americana já perdeu 8 por cento ante o real, após ter subido pouco mais de 15 por cento no ano passado todo. A economia brasileira registrou entrada líquida de 3,374 bilhões de dólares neste ano, até o dia 25 de abril, último dado disponível. Parte desses recursos é atraída pelos ganhos financeiros com o elevado diferencial entre os juros domésticos e internacionais. Com a expectativa de poucas mudanças na política monetária dos EUA, que foi reforçada neste pregão após os dados sobre o mercado de trabalho do país, esse cenário segue forte. A criação de postos de trabalho nos EUA cresceu no ritmo mais rápido em mais de dois anos em abril, enquanto a taxa de desemprego atingiu a mínima em cinco anos e meio, a 6,3 por cento. Mas a taxa de participação na força de trabalho recuou ao menor nível desde dezembro. "As vagas criadas surpreenderam inicialmente, mas o mercado digeriu os dados e viu que a qualidade não era tão boa assim", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo. O dólar chegou a registrar altas mais expressivas logo após a divulgação do documento, mas perdeu terreno pouco em seguida. Na máxima do dia, atingiu 2,2446 reais na venda. No exterior, a divisa norte-americana também recuava contra moedas como os pesos chileno e mexicano. Também pesava no Brasil a constante intervenção do Banco Central. Pela manhã, deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, com volume correspondente a 198,4 milhões de dólares. Foram 200 contratos para 1º de dezembro deste ano e 3,8 mil para 2 de março de 2015. Após o fechamento, o Banco Central anunciou para segunda-feira o início da rolagem de contratos de swap cambial tradicional que vencem em 02 de junho e reduziu pela metade a oferta nesta primeira etapa. A autoridade monetária anunciou também leilão com as mesmas condições da oferta diária realizada deste pregão. (Edição de Patrícia Duarte)

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