Camelôs ilegais hostilizam chineses

Agressões verbais foram flagradas pelo 'Estado'; ambulantes reclamam que orientais vendem pirataria e atraem fiscais

PUBLICIDADE

Por Pedro da Rocha , Rodrigo Burgarelli e Cida Alves
Atualização:

Ambulantes do Brás estão usando chineses como "bode expiatório" para seus problemas. Os orientais são acusados de vender produtos piratas e, com isso, atrair a fiscalização para a região. Durante os protestos na madrugada de ontem, comerciantes chineses que chegavam para trabalhar eram hostilizados com frases como "volta para a China". Apesar do clima tenso, não houve agressões.

PUBLICIDADE

"Falam em tirar a gente da rua pela pirataria, mas os chineses pagam até R$ 300 mil por um espaço em um shopping e vendem produto falsificado à vontade", reclamou uma camelô.

Entre os chineses que trabalham no local, poucos falavam sobre o tema. A maioria afirma não ter presenciado agressões verbais do início da manhã.

"Eu não vi, mas escutei alguns colegas comentarem. Eles (os camelôs) ficam bravos porque não podem trabalhar aqui dentro", comentou uma vendedora chinesa que se identificou apenas como Li e vende roupas femininas de fabricação própria.

Os chineses começaram a chegar ao Pátio do Pari em 2005 e, desde então, espalharam-se pela região. Logo, viraram alvo de crítica por não socializarem com brasileiros e comerciantes de outras nacionalidades. Também são invejados por terem recursos para alugar boxes entre os 4.111 comerciantes regulares que trabalham do lado de dentro do Pátio.

"A maioria deles acaba vendendo pirataria e isso prejudica a feira como um todo. Somos contra produtos irregulares. Queremos apenas vender roupas e outros produtos legais", diz Vágner Barros, do Sindicato dos Ambulantes Independentes do Brás.

Em visitas à Feira da Madrugada nos últimos meses, porém, o Estado flagrou vários chineses vendendo produtos regulares, enquanto brasileiros vendiam pirataria.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.