Canadá anuncia expulsão de seu embaixador no Irã

Chanceler canadense considera que decisão é represália por Ottawa negar indicação de embaixador iraniano

PUBLICIDADE

Por BBC Brasil
Atualização:

O Irã expulsou o embaixador canadense em Teerã, segundo disse na segunda-feira, 2, o ministro de Relações Exteriores do Canadá, Maxime Bernier, em um comunicado. A chancelaria canadense classificou a medida como completamente injustificável. Segundo o ministro canadense, a decisão iraniana foi motivada pelo fato de o governo de Ottawa não ter aprovado os diplomatas sugeridos por Teerã para ocupar a Embaixada do Irã no Canadá. Os dois países vêm tentando, há algum tempo, chegar a um acordo sobre a troca de embaixadores, mas o Canadá não tem aceitado os candidatos  apresentados por Teerã. Bernier afirmou que a Embaixada do Canadá em Teerã ficará temporariamente a cargo do encarregado de negócios. "Como sempre, o Canadá continua pronto para receber um embaixador iraniano, desde que seja apresentado um candidato adequado", disse o ministro canadense. As relações entre os dois países começaram a ficar tensas a partir de 2003, com a morte da fotojornalista Zahra Kazemi, que tinha cidadania canadense e iraniana, durante o período em que estava sob custódia policial em uma prisão em Teerã. Kazemi havia sido presa sem acusação formal em junho de 2003, quando fotografava o exterior da prisão.  A fotojornalista morreu devido a ferimentos na cabeça, recebidos durante mais de três dias de interrogatórios a que foi submetida na prisão de Evin. Em 2004, um agente do serviço de inteligência iraniano, Mohammad Reza Aghdam Ahmadi, foi absolvido da acusação de "homicídio semi-intencional". A Suprema Corte do Irã ordenou uma nova investigação sobre a morte de Kazemi. Em novembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução proposta pelo Canadá condenando a "sistemática violação dos direitos humanos" no Irã. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.