
31 de janeiro de 2012 | 03h02
Os 11 candidatos que estavam detidos na 9.ª Subdivisão Policial de Maringá, no norte central do Paraná, acusados de fraudar o concurso vestibular do curso de Medicina do Centro Universitário de Maringá (Cesumar), foram liberados na manhã de ontem, após pagarem uma fiança de R$ 2 mil.
O grupo foi detido no início da tarde de anteontem, após detectores de metal indicarem pontos eletrônicos nos seus corpos, além de aparelhos de telefonia celular - que anteriormente estavam escondidos em banheiros e em outros locais do edifício onde a prova foi aplicada.
Na delegacia, eles tentaram negar o crime - que pode gerar até um ano de prisão -, mas depois confessaram que pagariam em média R$ 15 mil pela compra do gabarito das provas. Os valores seriam negociados, segundo um dos acusados, diretamente com os pais dos alunos, mas seriam pagos somente após a aprovação no vestibular.
Segundo o delegado Laércio Fahur, da Polícia Civil de Maringá, o próximo passo da polícia será o de identificar as pessoas que abordaram os vestibulandos nas proximidades do local da prova. A tarefa, porém, não será muito fácil, pois foram apresentadas diversas características durante os depoimentos.
Esquema criminoso. O sistema para fraudar o vestibular do Cesumar funcionaria com a liberação dos resultados para os celulares dos estudantes até as 17h30, horário limite para a entrega das provas.
Segundo uma das acusadas, cada número representaria um código que deveria ser assinalado como resposta certa. No momento em que as respostas começaram a chegar, porém, todos os envolvidos já estavam na delegacia prestando depoimentos.
A tentativa de fraude marcou o primeiro vestibular do curso de Medicina - cuja mensalidade atinge R$ 4,4 mil - do Cesumar, cujas vagas eram disputadas por até 24 candidatos cada uma. A instituição informou em nota oficial que o resultado do vestibular será mantido.
No Rio. O vestibular realizado no sábado pela Universidade Estácio de Sá, no Rio, também foi alvo de fraudadores. Dois dias antes, a Polícia Federal do Espírito Santo enviou um alerta à universidade sobre a possível fraude. No sábado, dia da prova, 13 pessoas foram levadas a uma delegacia sob suspeita de falsidade ideológica e fraude em certames de interesse público. / FÁBIO GRELLET
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