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Carnaval da rede

Por Renato Cruz
Atualização:

A tecnologia mudou a dinâmica do carnaval. E não estou me referindo ao pessoal que, por não gostar da festa, resolve aproveitar o feriado para fazer maratonas de séries. Da mesma forma que tornaram mais fácil a organização de protestos políticos, celulares e redes sociais fortalecem os blocos de rua, o que já ficou evidente nas comemorações pré-carnaval da semana passada. 

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Nas redes sociais, é possível conhecer não somente os eventos disponíveis, mas quais interessam a pessoas que têm gostos semelhantes. Escolhida a programação, dá para organizar por meio de grupos de mensagens, em aplicativos como o WhatsApp, com a troca de dicas sobre como chegar ao local, e até traçar estratégias para garantir a segurança do grupo.

É claro que existe uma conjunção de fatores para o crescimento dos blocos de rua, que, na cidade de São Paulo, passaram de 264 inscritos na Prefeitura em 2015 para 355 neste ano. A crise fez com que as pessoas viajassem menos e as marcas passaram a apostar mais nesse tipo de evento. De qualquer forma, com mais da metade da população brasileira ligada à internet, a tecnologia é um facilitador importante.

Na semana passada, o Facebook comemorou 12 anos de existência e divulgou um estudo mostrando que, em média, existem 3,57 pessoas entre um usuário da rede social e outro. Ou seja, todo mundo é amigo do amigo do amigo do amigo. 

O mundo parece estar mais conectado do que indicava a teoria dos seis graus de separação, popularizada pela peça de mesmo nome, escrita por John Guare e encenada pela 1.ª vez em 1990. A peça trazia o seguinte exemplo: para fazer a ponte entre o presidente dos EUA e um gondoleiro em Veneza é só identificar as cinco pessoas certas.

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Apesar de o Facebook ter 1,6 bilhão de usuários ativos, o resultado não pode ser aplicado para toda a população terrestre, de 7,4 bilhões. É esperado que quem tem acesso à tecnologia seja mais conectado do que quem não tem. 

Mesmo assim, o estudo mostrou redução dos graus de separação. O Facebook havia feito um levantamento semelhante em 2011, quando sua base de usuários era de 721 milhões, e, naquela época, o número médio de pessoas entre um usuário e outro era de 3,74. A tecnologia aproxima as pessoas e permite reunir grandes grupos que compartilham dos mesmos interesses com pouco esforço. Em 2008, Clay Shirky, professor da Universidade de Nova York em Xangai, publicou o livro Lá vem todo mundo, em que analisou esse fenômeno. 

As pessoas não precisam mais de grandes organizações – como empresas, governos, sindicatos e partidos – para coordenar as ações em grupo. A Wikipédia e o sistema operacional Linux são exemplos disso, assim como os blocos de rua.

Contribuição O Sinditelebrasil, que reúne as operadoras de telecomunicações, conseguiu, na semana passada, uma liminar que suspende o pagamento da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine). Com isso, a arrecadação da Ancine deve cair cerca de R$ 900 milhões. Os recursos servem para financiar o funcionamento da agência e o Fundo Setorial do Audiovisual. No ano passado, o Condecine teve um reajuste de 28,5%. 

Relógios O Apple Watch ficou com um terço do mercado mundial de relógios inteligentes em 2015, com mais de 12 milhões de unidades vendidas, segundo a consultoria Canalys. Em segundo lugar, ficou a Samsung, com o Gear S2, seguida da Pebble e da Huawei. A Apple não divulga o total de relógios vendidos em seus resultados.   

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