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Caso de Armstrong deve se arrastar mesmo após veredito

Por JULIEN PRETOT
Atualização:

O escândalo de doping de Lance Armstrong chega a um dia decisivo na segunda-feira, quando o Sindicato Internacional de Ciclismo (UCI na sigla em inglês) anuncia se ratifica as sanções da Agência Anti-Doping dos Estados Unidos (Usada, sigla em ingês), mas o caso deve se arrastar haja o que houver. Pat McQuaid, presidente do UCI, fará uma coletiva de imprensa às 8h (horário de Brasília) na segunda-feira, e é grande a expectativa de que confirmará que Armstrong, de 41 anos, está expulso da modalidade pelo resto da vida e que perderá seus inéditos sete títulos da Volta da França. No mês passado, McQuaid disse que o UCI não tem motivo para apelar contra a decisão, acrescentando que o organismo regulador esperava ler a decisão e o arquivo publicados depois que Armstrong decidiu não rebater as acusações. O relatório da Usada, divulgado esta semana, é um documento de mil páginas que mostra, segundo a Agência, que Armstrong participou de um esquema de doping para obter o sucesso incomparável na Volta entre 1999 e 2005. O relatório acusa Armstrong, como líder da equipe US Postal Service Pro Cycling, de organizar "o programa de doping mais sofisticado, profissionalizado e bem sucedido já visto no esporte". O documento incluiu o testamento juramentado de 26 pessoas, entre elas 15 ciclistas, que descreveram anos de uso de drogas para melhorar o desempenho. Se a UCI julgar que o caso da Usada não se sustenta, a entidade levará o assunto para a Corte de Arbitragem do Esporte (CAS na sigla em inglês). ERA MACULADA Caso Armstrong perca seus títulos da Volta da França, Christian Prudhomme, diretor da prova, já disse que não quer que eles sejam dados a mais ninguém, já que se trata de uma era maculada pelo doping. Entretanto, a UCI está em uma situação incômoda, porque o relatório da Usada afirma que Armstrong disse a seus colegas de equipe Floyd Landis e Tyler Hamilton que fez um teste de drogas positivo na Volta da Suíça "sumir" com um pagamento à UCI em 2001. McQuaid declarou que Armstrong fez uma doação de 100 mil dólares à UCI em 2002, mas "negou veementemente", de acordo com o relatório, que esta tenha sido parte de um acobertamento de um teste positivo. Armstrong disse não ter se abalado com o relatório da Usada, mas alguns de seus companheiros de longa data sim - a Nike abandonou o ciclista caído em desgraça na quarta-feira por conta do escândalo. No mesmo dia, Armstrong se demitiu da presidência da fundação Livestrong, embora permaneça no conselho da associação que lançou em 1997 para combater o câncer. Sobrevivente de um câncer nos testículos, Armstrong também perdeu o patrocínio da cervejaria Anheuser-Busch, e, segundo relatos da ESPN, das bicicletas Trek e da bebida energética FRS. Especulações a respeito de uma confissão de Armstrong têm aumentado, embora ele possa ser acusado de perjúrio se admitir ter usado doping durante a carreira.

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