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Cemig tem interesse em fatia da Iberdrola na Neoenergia

Por ANNA FLÁVIA ROCHAS
Atualização:

A estatal mineira Cemig tem interesse na participação da Iberdrola na Neoenergia, mas não apresentou proposta firme embora tenha feito contato com a empresa espanhola para entender o negócio. "Nós não apresentamos proposta nenhuma, estamos acompanhando o processo de perto... Tivemos algum contato para entender (o processo)", disse o diretor financeiro da Cemig, Luiz Fernando Rolla, em entrevista à Reuters, por telefone, nesta sexta-feira, acrescentando que ainda não obteve mais detalhes sobre o negócio. Ao ser questionado sobre o interesse da Cemig na fatia da Iberdrola na Neoenergia, Rolla disse: "Interesse, para quem está no setor, tem interesse em escala. O interesse é sempre alto, mas as condições (do negócio) são a condicionante para manifestar um interesse mais direto". Ele disse ainda que a Cemig está interessada em crescer no segmento de distribuição de energia. A Iberdrola possui 39 por cento de participação na Neoenergia, que controla as distribuidoras Cosern (RN), Coelba (BA) e Celpe (PE), além de deter participações nas hidrelétricas em construção Dardanelos, Teles Pires e Belo Monte, e estaria considerando a venda da sua participação. No início de maio, a Iberdrola informou que está analisando "alternativas estratégicas diferentes" para o capital da Neoenergia. A espanhola disse ainda no início de maio que estava mudando sua estratégia de atuação e pretendia vender ativos, cortar investimentos e melhorar a eficiência em um esforço para reduzir a dívida. Além de Cemig, a alemã E.ON e a chinesa State Grid estariam interessadas na fatia na Neoenergia, segundo duas fontes com conhecimento da negociação. A E.ON informou por meio da assessoria de imprensa que "é nossa política não comentar sobre especulações de mercado". A State Grid preferiu não se pronunciar sobre o tema, mas emitiu comunicado em 14 de maio no qual informou que "estava reavaliando a sua intenção de adquirir a participação da Iberdrola na Neoenergia". Um alto executivo de uma grande empresa do setor elétrico, que falou sob condição de anonimato, disse que as companhias brasileiras "sequer foram convidadas a participar do processo". Já uma outra fonte que acompanha as negociações no governo -sócio indireto da Neoenergia via Banco do Brasil- afirmou que o governo não teria preferência por nenhum comprador da participação da Iberdrola na Neoenergia, entre grupos nacionais e estrangeiros. Essa fonte lembrou, porém, que a Previ, outra sócia da Neoenergia, e o BB teriam direito de preferência para a compra das ações da empresa, em caso de venda pela Iberdrola. No Brasil, a Iberdrola também controla a distribuidora Elektro, na qual a CPFL Energia teria interesse, segundo o mercado e, em abril, a empresa apresentou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um pedido de anuência a um processo de reestruturação societária de empresas do grupo no Brasil, que incluiria a Elektro. (Reportagem adicional de Leonardo Goy, Leila Coimbra e Fábio Couto)

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