Cerca de 300 estrangeiros combatem governo da Somália, diz ONU

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Por FRANK NYAKAIRU
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Centenas de estrangeiros, tanto africanos como de fora do continente, estão lutando contra o governo da Somália (que tem apoio do Ocidente), no pior confronto dos últimos meses, disse na sexta-feira o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) ao país situado no Chifre da África. Uma das preocupações das agências de inteligência é de que a Somália - com suas fronteiras porosas, grupos islâmicos ligados à Al Qaeda e o governo fraco -- torne-se uma cabeça-de-ponte para militantes que tentam ampliar sua influência na região e além. Alguns observadores minimizam o risco, dizendo que a maioria dos somalis segue uma forma moderada do Islã e nutre forte desconfiança pelos estrangeiros e pela interpretação rigorosa da lei islâmica defendida por grupos como o Al Shabaab. "Não há dúvida de que há um número significativo de combatentes estrangeiros na Somália provenientes do próprio continente e de fora", disse o enviado da ONU Ahmedou Ould-Abdallah a jornalistas na capital do Quênia. "Vi os números constando em documentos do Conselho de Segurança da ONU apresentados pelos EUA, nos quais eles estimam que sejam entre 280 e 300", afirmou ele. Os combates entre militantes do Al Shabaab - que admitem contar com estrangeiros em suas fileiras - e combatentes pró-governo mataram ao menos 139 pessoas e provocaram a fuga de cerca de 27 mil pessoas da capital desde o fim da semana passada. Pelo menos 16 pessoas morreram na região central da Somália na sexta-feira em confrontos entre soldados do Shabaab e combatentes do grupo islâmico moderado Ahlu Sunna Waljamaca nas cidades de Mahas e Wabho, informaram moradores e um porta-voz do Ahlu Sunna. A organização multinacional independente International Crisis Group disse que havia "uma batalha se avolumando entre muçulmanos ditos moderados e extremistas, como o Al Shabaab".

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