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Chávez: Zelaya voltará para Honduras 'nas próximas horas'

Por SIMON GARDNER
Atualização:

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse na sexta-feira que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, voltará a seu país "nas próximas horas", levantando dúvidas sobre o futuro das negociações marcadas para sábado. Uma tentativa unilateral da parte de Zelaya para voltar ao país seria uma afronta às ameaças de prisão feitas pelo governo interino que o substituiu após o golpe de 28 de junho em Honduras. A tentativa também colocaria em risco os esforços que têm apoio internacional para alcançar uma solução pacífica à mais grave crise política na América Central desde a Guerra Fria. O presidente da Costa Rica, Oscar Arias, deverá coordenar as negociações no sábado para pôr fim ao impasse entre os lados rivais em Honduras que divergem sobre se Zelaya pode ou não retornar ao cargo. "Zelaya disse que nas próximas horas entrará em Honduras. Nós o apoiamos, temos de dar apoio a ele", disse Chávez, um aliado de Zelaya, aos jornalistas diante do palácio presidencial da Bolívia, onde se reuniu com o presidente Evo Morales. Conhecido por sua retórica incendiária, Chávez fez o anúncio do iminente retorno de Zelaya enquanto diversas centenas de partidários do presidente deposto bloqueavam uma rodovia que liga a capital hondurenha ao norte do país na sexta-feira, em novos protestos exigindo a volta do presidente deposto. TENTATIVA FRUSTRADA Zelaya atualmente se encontra na Nicarágua, que faz fronteira com Honduras, e não havia notícias sobre seus planos. O golpe recebeu forte condenação de governos estrangeiros, mas o governo interino argumenta que a deposição de Zelaya foi legítima em razão do que consideram ter sido tentativas ilegais feitas por ele para suspender os limites do mandato presidencial. Uma tentativa anterior de Zelaya para ir para casa no dia 5 de julho num avião venezuelano, providenciado por Chávez, foi frustrada por tropas hondurenhas que evitaram o pouso do avião em Tegucigalpa. Pelo menos uma pessoa morreu nos confrontos entre os soldados e os partidários de Zelaya no aeroporto. Zelaya acusou o governo interino na quinta-feira de enviar tropas para sua propriedade na província central de Olancho, a fim de frustrar qualquer tentativa sua de voltar para casa.

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