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China e Brasil assinam acordos em cúpula encurtada

Por RAYMOND COLITT E EMMA GRAHAM-HARRISON
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A China e o Brasil assinaram uma série de acordos de comércio e investimento nesta quinta-feira antes de uma cúpula do Bric, que foi encurtada em razão da decisão do presidente chinês de voltar para casa antes devido a um terremoto em seu país. Hu Jintao cancelou visitas à Venezuela e ao Chile e encurtou a estada no Brasil, forçando a cúpula de Brasil, China, Rússia e Índia a ser adiantada em um dia, para esta noite. Hu participou da assinatura de acordos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que visam impulsionar a cooperação de comércio e energia entre os dois países. Lula disse que uma promessa chinesa de construir uma fábrica de aço no Brasil é possível e que seria o maior investimento já feito pela China na América Latina. Os líderes não deram mais detalhes, mas a mídia brasileira divulgou que a chinesa Wuhan Iron and Steel irá construir uma fábrica no Rio de Janeiro com a brasileira LLX Logística, controlada por Eike Batista. Além disso, a chinesa Sinopec e o banco de desenvolvimento do país assinaram um acordo de cooperação com a Petrobras, disse o presidente da Sinopec, Su Shulin, à Reuters. Su afirmou que o acordo vai cobrir o desenvolvimento de recursos petrolíferos brasileiros e negócios comerciais com a China, mas não deu mais detalhes. O Brasil e a China também concordaram em impulsionar as exportações de carne bovina e tabaco do país latino-americano para o asiático e em dar andamento à cooperação para lançamentos de satélites. "Esse acordo fortalece a unidade entre os mercados emergentes", disse Hu. Hu e Lula não discutiram política mundial, segundo informaram duas fontes do governo brasileiro à Reuters. AMBIÇÕES LIMITADAS Os líderes dos Brics estão reunidos em Brasília em sua segunda cúpula para debater assuntos econômicos e de promoção do comércio. Hu e Lula devem se encontrar com o presidente russo, Dmitry Medvedev, e com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, na noite de quinta-feira, devido ao encurtamento da cúpula. "Neste momento difícil, eu tenho que retornar urgentemente ao meu país, para ficar junto ao povo da China", disse Hu em comunicado, referindo-se ao terremoto que atingiu seu país e matou mais de 600 pessoas. Os Brics estão usando a cúpula para fortalecer laços comerciais e de investimentos com delegações de líderes empresariais, banqueiros, cooperativas e bancos de desenvolvimento estatais explorando oportunidades empresariais.

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