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China quer devolução das relíquias yin, novo Patrimônio da Unesco

As antiguidades estão espalhadas por diversos países do mundo

Por Agencia Estado
Atualização:

Mais de 50 mil relíquias retiradas das Ruínas Yin, recém-incluídas na lista do Patrimônio da Unesco, estão no exterior, e a China estuda formas de exigir sua devolução, afirmou um dirigente chinês da área de Cultura, segundo a agência oficial Xinhua. Li Peisong, subdiretor do departamento encarregado da gestão de museus da Administração para o Patrimônio Cultural, lembrou que as Nações Unidas já aprovaram diversas convenções exigindo a devolução dos tesouros depredados. No entanto, os países que abrigam as relíquias ainda se mostram reticentes. As Ruínas Yin datam do ano 3300 a.C. e ficam na cidade de Anyang, na província central de Henan. São os restos mais antigos da antiga capital chinesa, de uma dinastia conhecida como Shang ou Yin (séculos XVII-XII a.C.). Desde o início das escavações na jazida, há quase um século, já foram desenterrados mais de 150 mil cascos de tartaruga e ossos de animais com inscrições. Os objetos oferecem dados de valor inestimável sobre a agricultura, a astronomia, as guerras e as crenças rituais da época. Entre as ruínas também surgiram peças elaboradas em bronze, cerâmica, jade, osso e pedra, todas elas de valor incalculável. As descobertas comprovaram que muitos costumes chineses, como seu desenho urbanístico, já estavam presentes naquela época. De acordo com o chefe da equipe de arqueólogos do sítio, Tang Jigen, missionários e exploradores estrangeiros adquiriram milhares de relíquias por um baixo preço das mãos dos aldeões e saíram do país com elas ilegalmente. Segundo Tang, um dos maiores saques aconteceu durante a invasão japonesa. O Japão abriga atualmente mais de 10 mil peças da região. O resto das antiguidades das Ruínas Yin estaria espalhado por mais de 80 museus e fundações, casas de leilões e coleções particulares do Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e Suécia. A inclusão das ruínas no Patrimônio da Humanidade da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) aconteceu na quinta-feira, um dia depois de o comitê encarregado incluir também na lista a reserva para pandas da província de Sichuan.

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