Chinaglia e Garibaldi divergem em debate sobre imprensa

PUBLICIDADE

Por Felipe Recondo
Atualização:

O debate sobre a liberdade de imprensa colocou em confronto os presidentes da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do Senado, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). Na 3ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de Imprensa, realizada hoje na Câmara, Garibaldi fez uma crítica ao parlamento e disse que a imprensa está hoje mais atenta aos interesses e demandas da sociedade do que a Câmara e o Senado, opinião que desagradou Chinaglia. "Hoje, o que se diz, e os parlamentares não podem deixar de concordar, desculpem-me os senhores que não concordam comigo, é que a mídia pauta os parlamentares. Se isso vem de muito antes, acentuou-se muito mais agora, quando o parlamento não se impõe, não se afirma perante a sociedade brasileira", disse Garibaldi. "Talvez estejamos aplaudindo a imprensa porque ela é uma caixa de ressonância dos anseios populares muito mais vanguardeira que o parlamento", afirmou. Sentado ao lado de Garibaldi, Arlindo Chinaglia ouviu as criticas em silêncio e pediu à assessoria que buscasse em seu gabinete o discurso proferido pelo ministro Gilmar Mendes, na quarta-feira, ao tomar posse como novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Mendes defendeu a atividade política e criticou quem tenta desmoralizar os políticos e o Poder Legislativo. "Quando se tenta depreciar ou execrar a atividade política está-se a menosprezar a consciente opção de todos os brasileiros pelo regime democrático", disse Gilmar Mendes. Depois de citar o presidente do STF, Chinaglia acrescentou que os políticos podem deixar o parlamento e se tornarem jornalistas se pensam que "o papel da imprensa é aquele que concentra e expressa da maneira mais cabal suas convicções". "Eu me manterei na política, tanto no parlamento como fora dele", disse. O presidente da Câmara ainda afirmou que a mídia não influenciará a votação da proposta de uma nova Lei de Imprensa. "Não será a imprensa que irá pautar os parlamentares."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.