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Ciclovia de 3 Km na Brás Leme abre nesta 5ª feira

Por Rodrigo Burgarelli
Atualização:

Depois de oito anos de promessas, a Avenida Brás Leme, na zona norte de São Paulo, vai ganhar uma ciclovia. O trajeto, de 3 km em cada sentido, será inaugurado nesta quinta-feira. A via para bicicletas ficará no canteiro central da avenida, entre a Rua Marambaia e a Avenida Santos Dumont.Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, a ciclovia não vai atrapalhar os pedestres que atualmente fazem caminhadas no canteiro central da Brás Leme, uma vez que ela não ocupará o mesmo espaço. Além de servir como rota para quem quiser fazer pequenas viagens locais de bicicleta ao longo da avenida, a ciclovia deverá ser usada para lazer e esportes, segundo a pasta - a Ciclofaixa de Lazer da zona norte será até prolongada em 5 km na Avenida Santos Dumont, para ser conectada à nova via aos domingos.O canteiro central da avenida teve de ser alargado para as obras, o que acabou diminuindo a largura das faixas de rolamento em um trecho de 300 metros. Mas, segundo a secretaria, isso não trará impacto ao trânsito local, pois houve proibição de estacionamento nesse mesmo trecho. Para garantir a segurança dos ciclistas, ainda foram feitas travessias especiais para as bicicletas nos cruzamentos.Morador da zona norte, o professor universitário Odir Züge Júnior, de 42 anos, critica a localização da ciclovia. "Ela não faz o mais importante, que é atravessar a ponte na Marginal do Tietê", reclama. Ele diz que vai todos os dias da zona norte até a região central de bicicleta e os locais mais problemáticos são as pontes. "Ali, no canteiro central, ela vai ficar mais para lazer mesmo."Segundo ele, há vários outros locais mais prioritários na zona norte para receber ciclovias - a região só tem uma, a da Avenida Inajar de Souza, na Freguesia do Ó, de apenas 2,5 km. "A Praça Campo de Bagatelle, por exemplo, é um dos piores locais para ciclistas em toda a cidade", afirma. Ele diz que já foi atropelado lá, em um dos seus trajetos de casa para o trabalho.MalhaSegundo a Secretaria de Transportes, a cidade de São Paulo passará dos 200 km de infraestrutura para bicicletas com a ciclovia da Brás Leme, chegando a 203,2 km. Os ciclistas, porém, contestam esse cálculo, afirmando que várias das ciclovias e ciclofaixas são contadas em dobro - a Prefeitura conta o comprimento total, somando ida e volta - e o número contempla também as Ciclofaixas de Lazer, que só funcionam aos domingos.A Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), por exemplo, calcula que São Paulo tem apenas 68,6 km de ciclovias e ciclofaixas, considerando as que estão dentro de parques, como o Ibirapuera. Além disso, há 54,5 km de ciclorrotas, que são ruas com velocidade menor para carros e com sinalização que lembra os motoristas sobre a presença de bicicletas naquelas vias.Para Felipe Aragonez, diretor-presidente do Instituto CicloBR, o compartilhamento das ruas é importante, mas sozinho não é solução. "A cidade não tem planejamento cicloviário. Inauguram um trecho na Brás Leme, mas sem conectar a outras ciclovias. Na Avenida Brigadeiro Faria Lima, é apenas um trecho no meio da avenida. A cidade deveria fazer um plano pensando em como o ciclista se locomove e executar os projetos tendo isso em mente", disse.Segundo ele, falta um órgão centralizado na Prefeitura para poder fazer esse planejamento e executar as obras conforme os recursos são liberados. "Tem de ter coragem e ousadia para isso. Criar uma infraestrutura cicloviária integrada é projeto de longo prazo, que tem resistência no começo. Teremos de enfrentar isso em algum momento." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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