MASSACRE
No Iraque, forças do governo e curdos obtiveram vitórias sobre o Estado Islâmico no norte nas últimas semanas, mas os ataques aéreos dos EUA não impediram o avanço dos militantes sobre a província de Anbar, uma vasta região do oeste que se estende sobre o vale do rio Eufrates, da divisa síria até as cercanias de Bagdá.
A execução de mais de 220 membros de uma tribo no local parece ter sido o pior assassinato coletivo de sunitas cometido por um grupo também sunita que até então massacrava xiitas e não-muçulmanos.
Muitos sunitas iraquianos apoiavam o Estado Islâmico enquanto a facção avançava pelo país, vendo seus combatentes como uma proteção contra o governo da capital Bagdá, liderado por xiitas.
Washington espera que as tribos possam ser persuadidas a mudar de lado e ajudar o governo a lutar contra os militantes, mas até agora aquelas que resistiram ao Estado Islâmico se depararam com uma retribuição brutal e se queixam do pouco apoio de Bagdá.
A incursão dos peshmergas pela Turquia é um acontecimento político de peso em um conflito que disseminou a violência na região.
A Turquia acolheu cerca de 200 mil refugiados da área de Kobani nas últimas semanas, mas os membros de sua própria minoria curda se enfureceram ao ver Ancara omitir ajuda a Kobani, o que desencadeou tumultos em outubro nos quais cerca de 40 pessoas morreram.
O Exército norte-americano afirmou que continuou a atacar militantes do Estado Islâmico perto de Kobani na quinta-feira e nesta sexta-feira e que quatro ataques aéreos danificaram quatro posições de combate do grupo extremista, assim como um de seus edifícios.
O governo do presidente sírio, Bashar Al-Assad, reagiu à aproximação dos peshmergas criticando a Turquia por permitir que combatentes estrangeiros e "terroristas" entrem na Síria, violando a sua soberania.
(Reportagem adicional de Alexander Dziadosz, em Beirute; de John Irish, em Paris; e de Susan Heavey, em Washington)