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Cidades pedem presença em discussões da Rio+20

Por MARCELO PORTELA
Atualização:

Os municípios querem voz nas discussões da Rio+20 e acesso mais fácil aos fundos de reserva nacionais e internacionais destinados a desenvolvimento sustentável. É o que afirma documento elaborado durante o Congresso Mundial do Iclei, encerrado neste domingo em Belo Horizonte, que será encaminhado aos chefes de Estado que participam do encontro no Rio de Janeiro.O Iclei é uma associação de governos locais pela sustentabilidade com 1,4 mil associados em todo o mundo e reuniu na capital mineira prefeitos e representantes de aproximadamente 500 cidades de 70 países dos cinco continentes. No documento elaborado no evento, os municípios pedem aos participantes da Rio+20 o reconhecimento de que "este é o século das cidades" e que seja "melhorado o acesso de atores governamentais interessados a fundos nacionais e internacionais para o desenvolvimento sustentável direcionados para o nível local".A carta que será encaminhada à conferência reivindica que as discussões na capital fluminense levem em conta o fato de que "os governos locais são condutores particularmente eficazes para o desenvolvimento sustentável" porque esta é "a esfera de governo mais próxima das pessoas, podendo enfrentar os problemas locais com soluções sistêmicas localizadas".Segundo o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), escolhido para ser o portador do documento para a Rio+20, os municípios estão sem voz porque "não tiveram o acolhimento devido em função da importância que têm e da possibilidade que têm de ser atores importantes". "As cidades têm um papel institucional importante a empreender nas decisões nacionais. Os gestores locais podem tomar, no seu âmbito de atuação, uma série de medidas mitigadoras de efeito estufa", avaliou.Apesar da fraca participação de prefeitos brasileiros no congresso em Belo Horizonte, Lacerda considerou que a quantidade de representantes de cidades de outros países "dá legitimidade" ao texto. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), por exemplo, passou rapidamente pelo congresso no início da tarde deste domingo, enquanto o do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), que deveria dar palestra no congresso, sequer apareceu. "Qualquer que seja a cidade e sua localização geográfica no mundo, todas podem atuar no sentido do desenvolvimento sustentável, independentemente de acordos internacionais", ressaltou Lacerda, lembrando que governos nacionais sofrem mais "pressões de setores que não querem reduzir suas emissões" de gases causadores do efeito estufa.

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