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Circuncisão pode ajudar no combate à aids

Segundo cientistas, homens circuncidados têm risco menor de contrair o vírus

Por Agencia Estado
Atualização:

Pesquisadores da Organização Mundial da Saúde anunciaram que a circuncisão poderia ser um instrumento importante para combater a aids. Num estudo publicado na revista Public Library of Science Medicine, os cientistas calculam que, se todos os homens se submetessem à circuncisão nos próximos dez anos, poderiam ser evitadas 300 mil mortes e dois milhões de novos casos de aids. Segundo os cientistas, em homens circuncidados o risco de contrair o vírus é menor porque as células que formam o prepúcio são muito sensíveis à infecção. O vírus da aids pode sobreviver muito melhor no ambiente quente e úmido da parte inferior do prepúcio. Uma equipe liderada pelo médico Bertran Auvert, do Instituto Nacional Francês para Pesquisas, e por especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS), descobriu no ano passado que os homens submetidos à circuncisão na África do Sul tinham 65% menos de probabilidades de adquirir o vírus. O vírus de imunodeficiência humana (HIV), que causa a aids, já infectou cerca de 40 milhões de pessoas e matou 25 milhões. A epidemia atinge principalmente os países da África subsaariana. Os cientistas afirmam que na África ocidental "a circuncisão masculina é comum e a incidência do HIV é baixa. No sul da África ocorre o contrário". "A análise mostra que a circuncisão masculina poderia evitar seis milhões de novas infecções e salvar três milhões de vidas na África subsaariana nos próximos 20 anos", dizem. Em termos globais, o procedimento reduziria as infecções em 37%. No entanto, os cientistas avisam que a circuncisão masculina deve ser estudada com cautela. "A circuncisão por si só não vai controlar a epidemia de HIV/aids na África. Os homens circuncidados também podem ficar doentes, apesar de o risco ser muito mais baixo", explicaram.

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