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Cirurgião reclama de falta de material em hospital no RN

Por LAURIBERTO BRAGA
Atualização:

O colapso na área de saúde no Rio Grande do Norte fez com que o cirurgião Jeancarlo Cavalcanti gravasse um vídeo mostrando que não tinha fio adequado (de aço) para pontear uma cirurgia torácica de um paciente. No vídeo, que circula na internet, o médico, que é presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (CRM-RN), diz que teve que fechar a cirurgia realizada há 15 dias, no maior hospital publico de Natal, o Walfredo Gurgel, com fio de nylon. "Postei este vídeo para realmente chocar e mostrar quanto nossos governantes deixam de lado a Saúde", disse Cavalcanti.No vídeo, o médico diz: "Fio de aço? Como é que eu vou fechar aqui, ó? O tórax está aberto aqui, ó, tenho que fechar isso aqui com fio de aço. Eu não tenho fio de aço para fechar isso aqui. Como é que eu vou fechar este paciente? Não tem como eu fechar. No Walfredo Gurgel não tem fio de aço. O paciente está aberto e eu não tenho como fechar. De quem é a culpa disso? Fio de aço custa muito barato". O paciente, que foi operado porque levou uma facada no peito, sobreviveu à cirurgia e passa bem. Os fios de nylon só devem ser retirados com um mês de operação.Em resposta à denuncia do presidente do CRM-RN, o governo do Rio Grande do Norte lançou uma nota informando que "a falta de insumos para o hospital foi pontual e que o problema já foi resolvido". Sobre o caos no sistema de saúde, onde os médicos estão em greve há mais de oito meses, o governo disse que "enviará para a Assembleia Legislativa Projeto de Lei com proposta de aumento de 12% aos médicos servidores estaduais, tão logo se inicie o ano legislativo. O reajuste será implantado em duas parcelas. Com a aprovação da lei a ser encaminhada à Assembleia, no mês de fevereiro de 2013, a remuneração dos médicos terá reajuste de 6%. E, em fevereiro de 2014, serão concedidos os outros 6%, sobre os valores atualmente vigentes (sem acumulação)." Ainda em nota, o governo tenta esclarecer outros fatos referentes ao caos estabelecido na saúde potiguar.

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