Colhendo frutos no Rock in Rio

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Por Cedê Silva
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ESPECIAL PARA O ESTADOQuando vai a pé da casa para o escritório, o paisagista Marcelo Faisal, de 49 anos, aproveita para contemplar sua obra favorita, o jardim da Praça Pan-Americana, no Alto de Pinheiros. Ele foi contratado pelo grupo Pão de Açúcar em 1999 para recriá-lo. "As plantas servem como escala do tempo", diz. "Quando você tem a companhia da planta e ela fica cada vez mais linda, isso te faz entender que o tempo pode trazer beleza e amadurecimento." Também é gratificante, claro, ver sua obra crescer e ser elogiada por quem passa.Jardins, para ele, devem ser de baixa manutenção e alto desfrute. "Amo piscina, mas não poderia ter. Prefiro meu chuveirão sobre a grama, a água não vai para o esgoto, volta para o lençol freático."A mesma preocupação vale para a vegetação. Sua grama favorita, a amendoim, precisa de podas a cada dois ou três anos e produz menos restos vegetais que as outras. Prefere flores perenes às de estação e as reutiliza. "Reaproveito o que vem do jardim. Deu flor, ponho num vaso, não deu, uso a folhagem." Seu mote de "simplicidade sofisticada" não orienta apenas suas obras. Festeiro auto-declarado, costuma receber os amigos com bufês self-service. "As pessoas tomam a sopa como numa xícara, sem talher". Caronas. Além de não ter carro e morar a 400 metros do trabalho, Faisal se preocupa com a rotina dos empregados. No escritório, eles se revezam nas caronas e evitam usar a impressora. Também devem morar a no máximo 1h30 de distância. "Senão chega desgastado. Morar perto do trabalho faz bem. "Em casa, sua faxineira, Dona Selma, chega às 7h30 e sai às 15h. "Ela chega na casa dela ainda de dia. Contribuo com a vida dela e com o trânsito", afirma. "Há uma frase que diz: o plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória. Espero colher bons frutos", afirma. Parece que sim: assinará o paisagismo das tendas e camarotes do Rock in Rio 2011."Vou ser o responsável por tudo quanto é planta do show."

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