Colômbia diz que não dará trégua militar nem verbal às Farc

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Por Redação
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O governo da Colômbia não vai reduzir militar ou verbalmente a sua ofensiva contra os rebeldes marxistas, disse o presidente Juan Manuel Santos neste sábado, depois que guerrilheiros das Farc disseram que a atitude hostil dele está ameaçando as negociações de paz. A mais longa revolta da América Latina se agravou nas últimas semanas, depois de uma série de sequestros e conflitos em todo o país, enquanto negociadores do governo e dos rebeldes se reuniam em Cuba para tentar chegar a um acordo para acabar com a guerra de cinco décadas. Os dois lados trocaram farpas nesta semana, com Santos dizendo que os rebeldes precisam compensar milhares de agricultores que foram forçados a abandonar suas terras, e o líder das Farc, Timochenko, reclamando que as negociações de Santos estavam dificultando as delicadas negociações em Havana. "A avaliação para o governo está em Cuba. Se seguirmos em frente (com o processo de paz), ficaremos satisfeitos. Se não avançarmos, levantaremos da mesa", disse Santos durante discurso semanal. "Aqui não há trégua de qualquer tipo, militar, judicial ou verbal", disse ele. As Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) têm apelado repetidamente para que haja um cessar-fogo bilateral, que o governo rejeita categoricamente. As Farc puseram fim a um cessar-fogo unilateral de dois meses em 20 de janeiro. Desde então o conflito se agravou, especialmente no sul da Colômbia, onde os guerrilheiros têm uma presença forte e que é uma rota importante para o contrabando de drogas. A guerra de palavras também está fervendo. Em uma carta publicada na sexta-feira, o líder das Farc pediu que Santos ajudasse a "salvar" o processo de paz. "A paz é salva com acordos concretos, e não com cartas e pronunciamentos", respondeu Santos neste sábado. (Por Jack Kimball)

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