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Colombiana com transplante de braços e mãos já toca o rosto

Paciente foi a sétima pessoa no mundo e a primeira mulher submetida a este tipo de transplante; técnicas inovadoras foram usadas na cirurgia

Por Agencia Estado
Atualização:

A colombiana Alba de 47 anos que recebeu na Espanha o transplante dos dois antebraços e das duas mãos está "muito contente" e nesta quarta-feira "acariciou o seu rosto", disse Luis Landín, um dos médicos que participaram da cirurgia. A paciente foi a sétima pessoa no mundo e a primeira mulher submetida a este tipo de transplante. A cirurgia foi feita em 30 de novembro por uma equipe cirúrgica de Valência, especializada em cirurgia reconstrutiva. Luis Landín, um dos cinco cirurgiões, explicou que o fato de Alba acariciar o rosto é "um sinal mais do que claro de que ela aceita sua nova situação". Segundo o médico, a paciente está em "boas condições clínicas", pode movimentar os dedos e, mais adiante, após um processo de fisioterapia e reabilitação, poderá "levar uma vida o mais normal possível". A colombiana há 30 anos perdeu as mãos e os antebraços num acidente com pólvora. Ela vive na Espanha há cerca de 10 anos, segundo o cirurgião, e há mais de dois procurou a equipe médica. "Era um caso que não podíamos deixar passar. Ela solicitou o transplante, psicologicamente era uma boa candidata e o nível de amputação era favorável. Os trâmites administrativos duraram dois anos", recordou Landín. Embora Alba já movimente os dedos, ainda vai demorar cerca de seis meses para sentir as pontas. "Reparamos os nervos para que ela recupere a sensibilidade, mas é preciso esperar que eles cresçam", explicou o médico. Até o momento haviam sido feitos 24 transplantes de mão no mundo todo. Só seis foram duplos, e em homens, na França, Áustria e China. O transplante de Alba foi feito com técnicas inovadoras, que diminuíram para menos de quatro horas o tempo de suspensão da irrigação sanguínea (isquemia) dos membros implantados. Além disso, segundo a equipe médica, a paciente foi preparada imunologicamente para evitar a rejeição das mãos por um procedimento inovador de engenharia genética. Enquanto uma parte da equipe médica extraía os membros superiores desde o cotovelo do doador, seus colegas preparavam os membros amputados de Alba para a reparação de ossos, artérias, veias, nervos e tendões.

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