Com Ciro, vantagem de Serra diminui

Dilma reduz distância em relação ao líder na primeira pesquisa após apagão

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Por Daniel Bramatti
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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), seria o principal prejudicado pela eventual entrada de Ciro Gomes (PSB) na corrida pela Presidência, segundo revela a pesquisa CNT/Sensus, divulgada ontem.No cenário em que disputa apenas com Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV), Serra lidera com 17 pontos porcentuais a mais que a pré-candidata apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (40,5% a 23,5%). Com a inclusão de Ciro na lista, a vantagem do tucano sobre a petista cai para 10 pontos (31,8% a 21,7%). O pré-candidato do PSB fica em 3º lugar, com 17,5% das intenções de voto, à frente de Marina, com 5,9%.Na semana passada, o PSDB exibiu na TV peças de propaganda que relacionavam Dilma ao apagão que, no dia 10, atingiu 18 Estados. A pesquisa, porém, não traz indícios de que o incidente tenha afetado o quadro eleitoral. A taxa de rejeição à petista caiu de 37,6% para 34,4% e seu desempenho melhorou nos cenários em que é possível fazer comparações com a pesquisa anterior, feita em setembro.No confronto direto com Serra, em eventual segundo turno, Dilma continua atrás, mas sua desvantagem caiu de 25 para 18,6 pontos em dois meses.O governador de Minas, Aécio Neves, que disputa com Serra a chance de se candidatar pelo PSDB, tem desempenho mais fraco que o de seu rival. Ficaria em terceiro lugar, com 14,7%, em um cenário com Ciro (25%), Dilma (21,3%) e Marina (7,3%). Em um eventual segundo turno com a petista, Aécio perderia por 36,6% a 27,9%.TRANSFERÊNCIA DE VOTOSEm meio ao debate sobre a capacidade de Lula de usar sua popularidade para impulsionar Dilma na campanha, a pesquisa revela que 20,1% dos entrevistados votariam no candidato do presidente, 31,6% poderiam votar e 16% não votariam. Outros 27,4% indicaram a opção "só conhecendo o candidato para decidir".A pesquisa evidencia os motivos que levam o presidente a tentar formatar uma campanha "plebiscitária", centrada na comparação entre as gestões do PT e do PSDB. Para 76%, o governo Lula é melhor que o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Apenas 3% disseram que votariam com certeza em um candidato apoiado por FHC, e 49,3% não votariam de jeito nenhum.Depois de cair entre maio e setembro, a avaliação positiva do governo voltou a subir na última pesquisa. Para 70%, a gestão é ótima ou boa - há dois meses, o índice era de 65,4%. Já a aprovação ao desempenho pessoal do presidente Lula oscilou de 76,8% para 78,9%.A evolução dos índices se dá em ambiente de crescente satisfação com o quadro econômico. Para 45,8% dos entrevistados, a situação do emprego melhorou nos seis meses anteriores. Em setembro, 36,5% tinham essa percepção. Para 32,4%, a renda aumentou - há dois meses, 28,2% deram essa resposta.A parcela que acredita em melhora na situação do emprego nos próximos seis meses subiu de 59,6% para 62,9%. Os que creem em aumento da renda passaram de 56,6% para 61,6%. Nada menos que 73,4% dizem que o ano da eleição presidencial será melhor que o de 2009.

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