Com Portinari, Mocidade é acolhida pelo público

Escola fez apresentação colorida com referência a principais obras do pintor

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Por Redação
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As telas de Candido Portinari levadas ao Sambódromo pela Mocidade renderam à escola de Padre Miguel uma recepção calorosa do público, apesar de um problema no carro abre-alas que causou tensão entre os torcedores e componentes da agremiação no final do desfile. Sob comando do carnavalesco Alexandre Louzada, campeão pela Beija-Flor em 2011 como integrante da comissão de Carnaval, a Mocidade misturou as cores sóbrias das obras de Portinari com o verde e branco da escola, em um desfile que terminou sendo aclamado como "campeão" por alguns torcedores nas arquibancadas. "Estou muito cansado, muito emocionado, mas extremamente feliz", disse Louzada após o desfile. "Ser recebido dessa forma pelo público, há muito tempo a Mocidade não era recebida dessa forma. Entenderam a mensagem da escola, foi muita emoção." O carro abre-alas com uma escultura de Portinari sofreu um problema durante o desfile. A barra de direção quebrou e a alegoria perdeu o alinhamento, obrigando a escola a desligar o motor. O carro precisou ser empurrado e houve apreensão entre os componetentees da escola para não estourar o limite de 82 minutos. "Não acho que tenha prejudicado. Paradas estão previstas e esta não demorou muito tempo", disse o presidente da agremiação, Paulo Vianna, após o desfile, acrescentando que a escola "cumpriu sua missão". O enredo "Por ti, Portinari. Rompendo a tela, a realidade" homenageia o cinquentenário de morte do pintor paulista, internacionalmente famoso por obras como o painel "Guerra e Paz" - feito sob encomenda para a sede da ONU em Nova York e representado no último carro alegórico da Mocidade - e as ilustrações feitas para "Dom Quixote de La Mancha", de Miguel de Cervantes. Foi o sexto carro que mostrou o lado do pintor como ilustrador de livros do escritor espanhol com um grande moinho, em que cada uma das pás mostrava uma passagem diferente da história, pintadas com lápis de cor e giz de cera para entrarem na avenida. João Candido Portinari, filho do homenageado e que participou do desfile, comemorou ter visto o trabalho de seu pai representado no Sambódromo. "O povo viu e compreendeu a obra. Isso é maravilhoso. Foi lindo o trabalho feito pela escola para contar uma história de muito amor pela arte", disse após o desfile. (Por Pedro Fonseca e Juliana Schincariol)

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