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Conab estima recorde de 90,33 mi t de soja no Brasil em 13/14

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Por Redação
Atualização:

A estimativa para a safra de soja do Brasil em 2013/14 foi elevada para o recorde de 90,33 milhões de toneladas, ante projeção anterior de 90,03 milhões de toneladas, apontou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira, apesar de alguns relatos de produtores sobre falta de chuva. As lavouras da soja estão em fase inicial da colheita no país, que neste ano viu a área semeada atingir marca recorde, por conta dos preços remuneradores da oleaginosa. Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a colheita começou no final de dezembro. Condições climáticas favoráveis no Rio Grande do Sul, terceiro maior Estado produtor, também contribuíram para o ajuste, segundo a Conab. A nova estimativa aponta para um aumento de 10,8 por cento na colheita da oleaginosa ante o ciclo 2012/13, que registrou 81,5 milhões de toneladas. "Acreditamos que a soja vai ter um desempenho maior que o aqui anunciado, com produtividade maior quando iniciarmos a produção (colheita), podendo chegar tranquilamente a mais de 95 milhões de toneladas, superando a produção dos Estados Unidos", disse o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, em entrevista coletiva em Brasília. A colheita norte-americana em 2013/14 é estimada em 88,66 milhões de toneladas pelo governo dos EUA, tradicionalmente o maior produtor global. DÚVIDAS Há regiões em que a falta de chuvas começa a gerar alguma preocupação. É o caso de Goiás, onde a Federação de Agricultura afirma que as perdas podem chegar a 10 por cento, segundo um levantamento divulgado nesta quinta-feira. "O problema é maior nas regiões sudoeste e sul do Estado. As chuvas vêm ocorrendo em manchas esparsas, mas em média as precipitações não ocorrem significativamente há 20 dias e os produtores já avaliam perdas no potencial produtivo das lavouras", disse a Faeg. Relatório da Somar Meteorologia disse nesta quinta que as chuvas continuam irregulares no Centro-Oeste do país, atingindo em especial Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. "Em Goiás chove pouco, o que preocupa os agricultores", afirmou a Somar. Para o analista Flávio França Júnior, associado da consultoria Safras & Mercado, tanto o otimismo do ministro da Agricultura quanto as estimativas de perdas em Goiás são demasiadas. "Pode haver problemas ma região sul do Mato Grosso do Sul e um pouco na região sul e sudoeste de Goiás, mas em ambos os casos, essas perdas ainda não são bem dimensionadas. Se chover, normaliza e a soja se recupera", disse. MILHO A estimativa da produção total de milho também foi elevada ligeiramente para 78,97 milhões de toneladas, contra as 78,78 milhões de toneladas apontadas em dezembro, devido ao incremento previsto na primeira safra do cereal. No ciclo anterior, a produção total de milho teve recorde de 81 milhões de toneladas. A primeira safra de milho foi projetada em 32,79 milhões de toneladas, ante 32,6 milhões de toneladas apontadas anteriormente. "As precipitações têm ocorrido com frequência e em bom volume em todas as regiões e, acompanhado de temperaturas amenas, favorecem o desenvolvimento da cultura", disse a Conab em relatório. TRIGO A projeção para a safra de trigo foi elevada a 5,47 milhões de toneladas, contra a projeção de dezembro de 5,36 milhões de toneladas e uma produção de 4,38 milhões de toneladas no ciclo anterior. A recuperação de área cultivada com o trigo, reflexo dos preços melhores ante o ciclo anterior, e a boa produtividade de alguns Estados produtores contribuíram para o ajuste para cima. No Rio Grande do Sul, o maior produtor nesta temporada, o crescimento de área é de quase 60 por cento, por conta de um preço mais favorável no momento de tomar a decisão sobre o cultivo. "Nesta safra, o desempenho da cultura superou todas as expectativas e o Estado obteve a maior produtividade por unidade de área de toda a história da triticultura gaúcha", disse a estatal. SAFRA TOTAL Com os ajustes nas projeções para milho e soja, duas principais culturas no país, a safra total de grãos do país foi elevada para um recorde 196,7 milhões de toneladas, ante 195,9 milhões de toneladas previstas em dezembro. No ciclo anterior, a produção foi de 186,9 milhões de toneladas. (Por Fabíola Gomes e Gustavo Bonato; Reportagem adicional de Nestor Rabello, em Brasília)

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