27 de julho de 2012 | 08h51
Segundo a FGV, o recuo da confiança em julho foi motivado pela avaliação pior das empresas em relação ao momento presente.
O Índice da Situação Atual (ISA) recuou 1,7 por cento, para 102,6 pontos, o menor patamar desde dezembro de 2011. Já o Índice de Expectativas (IE) avançou 0,8 por cento, para 102,8 pontos.
"Os resultados agregados sinalizam que o ritmo de atividade industrial continua lento neste início de segundo semestre", afirmou a FGV.
O indicador que avalia a situação atual foi o que mais contribuiu para a queda do ISA. A queda de 2,2 por cento em julho ante o mês anterior levou o indicador para 106,7 pontos, o menor patamar desde janeiro passado.
A parcela de empresas que consideram a situação atual fraca aumentou de 6,3 por cento em junho para 15,3 por cento, enquanto que a das que a julgam boa aumentou de 15,4 para 22 por cento.
Já em relação ao IE, a maior influência veio do quesito que avalia as expectativas em relação à produção física nos três meses seguintes. Ao passar de 122,6 para 125,3 pontos em julho, o indicador alcançou o maior nível desde janeiro passado.
A proporção de empresas prevendo expandir a produção no trimestre seguinte aumentou de 36,6 por cento para 42,5 por cento, enquanto a das que esperam queda passou de 14 para 17,2 por cento.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) alcançou 83,7 por cento em julho, ante 83,8 por cento em junho.
A atividade da indústria é o principal fator que impede uma recuperação mais robusta da economia brasileira. Em maio, a produção do setor caiu 0,9 por cento, enquanto que o emprego recuou 0,3 por cento.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga em 1o de agosto os dados sobre a produção industrial de junho.
Frente a este cenário, o próprio governo já reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5 por cento para 3 por cento.
O dado ainda é melhor que o do Banco Central, que cortou sua projeção para este ano de 3,5 por cento para 2,5 por cento, e bem acima da estimativa do mercado de expansão de 1,9 por cento segundo relatório Focus do BC.
Para impulsionar a atividade, o BC vem reduzindo a taxa básica de juros, atualmente em 8 por cento ao ano, enquanto o governo anunciou benefícios fiscais a indústrias e consumidores, além de aumento das compras federais.
(Reportagem de Camila Moreira)
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