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Confiança do setor de serviços cai em maio, mas ainda é elevada

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Por Redação
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A confiança dos empresários do setor de serviços caiu em maio pelo segundo mês consecutivo, mas segue em patamar elevado, mostrou um novo indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgado nesta quarta-feira. O dado, que conta com apoio técnico do Banco Central e terá divulgação mensal, pode reforçar a avaliação de que a atividade econômica desacelerou no país no segundo trimestre, após forte crescimento registrado no período de janeiro a março. O setor de serviços responde por 60 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 0,4 por cento em maio, para 133,4 pontos. O indicador, que começou a ser medido em junho de 2008, varia de 0 a 200, e pontuações acima de 100 indicam uma avaliação positiva. Apesar da coleta antiga, o BC só teve acesso a dados preliminares a partir de março deste ano. Apesar da retração, o índice foi o quarto maior dos 24 meses já observados e está próximo ao visto no período anterior à crise global. "Os números sugerem uma desaceleração da confiança dos empresários, o que não altera o cenário favorável", afirmou a jornalistas o consultor da FGV Silvio Sales. Ele acrescentou que "os níveis dos indicadores em si são elevados ainda, mesmo que sua história seja curta". A retração da confiança dos empresários no mês passado refletiu uma ligeira piora das expectativas do setor, enquanto a percepção sobre a situação atual ficou estável. O Índice de Expectativas caiu 0,8 por cento em maio, para 147,4 pontos, e o Índice da Situação Atual ficou em 119,4 pontos. A média do indicador nos últimos dois anos foi de 120,6 pontos. O pico da confiança foi observado em agosto de 2008, com 138,4 pontos e o nível mais baixo, em janeiro de 2009, com 98 pontos. O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, destacou a importância do novo indicador. "É um setor que cobre a maior parte do nosso PIB. Sem dúvida, é uma contribuição importante para aumentar o volume de informação sobre a atividade no Brasil", afirmou. A FGV destacou que a falta de indicadores antecedentes sobre serviços fez com que muitos economistas subestimassem a velocidade com que a economia brasileira se recuperaria da crise global. O PIB brasileiro cresceu 9 por cento no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período de 2009. A atividade acelerada levou o BC a elevar a taxa básica de juros nas últimas duas reuniões. A FGV ouviu 2.084 empresas entre os dias 3 e 31 de maio. (Reportagem de Isabel Versiani)

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