Congo diz que não negociará com rebeldes; quer retirada de Goma

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Por Redação
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O governo do Congo anunciou neste domingo que não vai negociar com os rebeldes do M23, até que eles saiam da cidade de Goma, mas um porta-voz rebelde disse que Kinshasa não estava em posição de estabelecer condições em negociações de paz. O presidente congolês, Joseph Kabila, encontrou-se com M23 pela primeira vez no sábado, após uma cúpula de emergência em Uganda, onde os líderes regionais deram ao M23 dois dias para uma retirada de Goma. Os insurgentes do M23 entraram nesta cidade há seis dias depois que forças do governo abandonaram suas posições. Tropas de paz da ONU disseram que não poderiam defender a cidade, argumentando que tinham um poder limitado. Oito meses depois de uma rebelião apoiada pela vizinha Ruanda, segundo especialistas, os rebeldes têm mostrado até agora nenhuma intenção de deixar a cidade de um milhão de pessoas. Os rebeldes dizem que planejam marchar em outras cidades do leste e, em seguida, atacar em todo o país, até a capital Kinshasa. Amani Kabasha, um porta-voz do braço político do M23, saudou o encontro com Kabila, mas questionou decisão do governo de acabar com uma crise que corre o risco engolir a região. "Por que colocar condições sobre as negociações? Você coloca condições quando você está em uma posição de força. Será que o governo realmente em tal posição?", disse Kabasha à Reuters, em Goma, que fica na costa norte do lago Kivu, na fronteira leste do Congo com Ruanda. O exército congolês prometeu lançar contra-ofensivas e reconquistar o território perdido. Os rebeldes têm alertado o governo contra embarcar em uma "nova aventura militar". Líderes rebeldes têm laços étnicos com a liderança tutsi de Ruanda, um pequeno vizinho mas militarmente capaz. Ruanda negou repetidamente as acusações congolesas e da ONU de que está por trás de M23. (Por Jonny Hogg e Richard Lough)

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