Construção civil vê volta à normalidade após 'estouro da bolha'

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Após dois meses de efetiva paralisação das vendas, o mercado de construção civil retomou certa normalidade e hoje opera em ritmo de dois anos atrás, afirmou a Câmara Brasileira da Indústria da Construção nesta sexta-feira. Para 2009, a expectativa é que o setor possa crescer cerca de 5 por cento, após uma alta estimada de 8,5 por cento este ano. Em 2006, o crescimento foi de 4,6 por cento. "Após o estouro da bolha, quando houve uma fuga quase total dos nossos stands de venda que durou cerca de 60 dias, hoje há normalidade do mercado imobiliário", afirmou o presidente da CBIC, Paulo Simão, a jornalistas. Ele admite que a "euforia" vivida pelo setor nos meses anteriores ao agravamento da crise em outubro acabou, mas argumenta que isso não é negativo. "Estávamos tendo alguns problemas por conta dessa euforia", afirmou, acrescentando que em cidades como São Paulo e Brasília houve excesso de oferta em alguns bairros. Os prognósticos do executivo para o próximo ano contam com uma deslanchada de gastos públicos em infra-estrutura e também com a liberação, pelos bancos privados, de recursos da caderneta de poupança que o governo autorizou serem aplicados em capital de giro para empresas da construção habitacional. Segundo Simão, dos 7 bilhões liberados dos bancos privados para esse fim, praticamente nada foi ofertado às construtoras até o momento. Em relação ao emprego, Simão admitiu que o setor verá uma queda das contratações em 2009, mas não se comprometeu com estimativas. De janeiro a outubro de 2008, a construção civil criou um saldo de 303 mil vagas, número recorde. No período, houve a contratação de 1,6 milhão de trabalhadores e a demissão de 1,3 milhão. "Esse ano as demissões sazonais de final de ano no setor foram agravadas pela crise financeira", afirmou Simão. "O saldo de 303 mil vagas vai cair." (Reportagem de Isabel Versiani; Edição de Vanessa Stelzer)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.