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Consumo de cerveja cresce 5% apesar do PIB estagnado

Brasileiro bebeu 10,7 bilhões de litros em 2009 e passou a Alemanha

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Por Redação
Atualização:

A forte demanda no ano passado impulsionou o mercado de cervejas a ponto de faltar produto, como o chope, em alguns bares e restaurantes. A crise financeira global não intimidou os consumidores brasileiros. Mesmo com a perspectiva de o Produto Interno Bruto (PIB) ter ficado estagnado, o mercado de cervejas cresceu mais de 5% em volume e atingiu 10,7 bilhões de litros em 2009. Com isso, o Brasil supera a Alemanha no ranking cervejeiro mundial. Se o aumento de volume é bom para as empresas do setor em si, o aumento de 11% no faturamento entre janeiro e novembro do ano passado ante o mesmo período de 2008, segundo o levantamento de dados do instituto Nielsen, foi ainda melhor. A principal razão para esse resultado, como admite um executivo de uma das quatro maiores companhias por participação de mercado, foi o aumento médio de 7,3% no preço por litro. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2009 foi de 4,3%.O consumo da classe C puxou esse desempenho. Mas as inovações em embalagens, com a estreia da comercialização do litrão de um lado e das latinhas com 260 ml - a tradicional que domina o segmento contém 330 ml- ajudaram a impulsionar as vendas. As companhias têm dito que apostar nessa estratégia de marketing tem sido uma boa forma de aumentar a rentabilidade de seus negócios.No ranking das maiores cervejarias não houve nenhuma alteração de posição em dezembro, embora a líder AmBev, dona das marcas Skol, Antarctica e Brahma, tenha perdido 0,4 ponto porcentual de participação, tendo fechado o mês com 69,6%. A Cervejaria Schincariol permanece em segundo lugar, com 11,8% de participação, e a Petrópolis, dona dos rótulos Itaipava e da Crystal, segue em terceiro com 9,5%. A Femsa, que acaba de ser comprada pela holandesa Heineken está em quarto lugar, com 7,6% . Na avaliação do mercado cervejeiro nacional, a consultoria Euromonitor diz que as aquisições ficaram mais difíceis. "Com a compra da Femsa pela Heineken, acabou a melhor chance de entrada no mercado da América Latina", aponta o estudo. Para eles, as oportunidades são escassas mesmo levando-se em consideração que as cervejarias Schincariol e Petrópolis podem ser abordadas por compradores. A principal razão para isso está no fato de o volume de vendas de cerveja no Brasil continuar crescendo, ao contrário do que ocorre na maior parte do mundo.Apostando na expansão do consumo, graças ao crescimento da renda da população e à realização da Copa do Mundo - que impulsiona vendas acima da média do setor -, as companhias anunciaram investimentos em ampliação das fábricas. A AmBev anunciou investimento de R$ 1,5 bilhão que vai proporcionar aumento de 10% de sua capacidade de produção. A Schincariol informa que suas 14 fábricas já estão operando em três turnos nos sete dias da semana. A empresa vai investir R$ 1 bilhão para ampliar sua capacidade de produção.

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