A explicação para o sucesso do Brasil na pacificação do Haiti está, segundo o coronel Cláudio Barroso Magno Filho, na continuidade. Após entrar em uma região, os brasileiros ocupavam prédios altos, transformando-os em quartéis-generais. Dali, eles aumentavam a influência com patrulhas constantes. Isso pode ser constatado na prática na Favela Tavares Bastos, na zona sul do Rio, considerada pelo Estado como a única onde o tráfico não domina. De agosto a dezembro de 2000, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), a tropa de elite da PM, fez uma série de operações no morro, expulsando os criminosos e montando uma sede no topo do morro. Não saiu mais de lá. Outra tática utilizada no Haiti e que pode ser aplicada são as ações diversionárias: incursões coordenadas em vários locais ao mesmo tempo, os criminosos são iludidos sobre a real intenção dos militares. ?A gente tentava dar um drible, usava a ginga brasileira. Nunca fazia a mesma coisa, inovava sempre. Enquanto eles achavam que a gente queria algo e tentavam se defender, estávamos tomando um outro local. Quando os bandidos percebiam qual era realmente nossa intenção, já era tarde demais?, lembra Barroso Magno.