Coordenadores que PSB havia indicado estão mantidos, diz Marina

A nova candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, negou nesta quinta-feira mudanças na coordenação de campanha, após o socialista Carlos Siqueira, que comandava a equipe de Eduardo Campos, ter dito que a candidata deveria escolher um novo coordenador. Marina disse que o organograma da campanha está mantido da forma como Campos --que morreu num acidente aéreo na semana passada-- o concebeu e ressaltou que houve alteração apenas no comitê financeiro. "A única mudança que aconteceu foi no comitê financeiro, que terá que ser criado um novo comitê financeiro, e que o Bazileu (Margarido) saiu do comitê de coordenação-geral, que ele era o coordenador-adjunto, e foi para o comitê financeiro", disse Marina a jornalistas, acrescentando que Walter Feldman assumiu coordenação-executiva na campanha. Siqueira afirmou nesta quinta-feira, ao chegar à sede do partido em Brasília, que Marina deveria escolher outra pessoa para coordenar a corrida pela disputa presidencial. Marina, oficializada candidata pelo partido na quarta-feira após a trágica morte de Campos, assumiu a liderança da chapa em meio a intensas negociações e teria se desentendido com Siqueira. “Eu estava numa coordenação de uma pessoa que era do meu partido e que eu tinha estrita confiança e agora terminou essa fase”, afirmou, referindo-se a Campos. “Vai continuar a campanha com uma nova candidata e daí que essa nova candidata deve escolher o seu novo coordenador.” Muito próximo à ex-senadora, Margarido explicou que durante as negociações, a ex-senadora havia pedido algumas mudanças na estrutura da campanha. Dentre elas, que Walter Feldman, então porta-voz do partido ainda pendente de oficialização Rede Sustentabilidade, assumisse a coordenação-executiva na campanha, ao lado de um nome indicado pelo PSB. Segundo Margarido, isso foi interpretado por Siqueira como uma maneira “elegante” de destituí-lo do cargo, embora não tenha sido essa a intenção de Marina, segundo o novo coordenador do comitê financeiro. “Ele entendeu como um desprestígio, nas palavras dele”, disse Margarido ao chegar à sede do PSB em Brasília, para reunião com Marina e dirigentes dos partidos que compõem a coligação. Para Marina, se houve mal-entendido, ele deve ser esclarecido. "O próprio PSB deve esclarecer, porque tínhamos ali todos os dirigentes do PSB quando eu falei que as pessoas que haviam sido indicadas pelo Eduardo, se esse fosse o entendimento de que elas iriam continuar, estavam mantidas", afirmou. A ex-senadora filiou-se ao PSB em outubro do ano passado, no último dia permitido por lei para que candidatos que pretendiam disputar a eleição deste ano se filiassem a algum partido.     Ela decidiu se aliar a Campos após não conseguir viabilizar junto à Justiça Eleitoral a criação de seu próprio partido, a Rede Sustentabilidade.     Após sua entrada e de boa parte de seu grupo político no PSB, Marina disse que ela e seus partidários tinham data para sair do partido e que pretendia se dedicar à oficialização da Rede.     A ex-senadora se opôs a algumas das alianças regionais firmadas pelo PSB, como a feita em São Paulo com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a fechada no Rio de Janeiro, com o candidato do PT ao governo do Estado, Lindbergh Farias.

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Por Redação
Atualização:

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

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