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Correa diz que golpe em Honduras 'tem as horas contadas'

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Por Redação
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O presidente do Equador, Rafael Correa, disse na sexta-feira que o governo interino de Honduras "tem as horas contadas" por causa da pressão internacional e garantiu que não teme morrer para defender a democracia latino-americana. O Congresso de Honduras nomeou Roberto Micheletti -- que conta com o apoio de boa parte da população, de empresários, da Justiça e do Congresso -- depois que o Exército destituiu no domingo o presidente Manuel Zelaya, numa ação que recebeu a condenação da comunidade internacional. Da mesma forma que o aliado venezuelano Hugo Chávez, Correa não reconheceu o governo interino e convocou o povo hondurenho a resistir até o regresso de Zelaya. "O fundamental é a reação do povo hondurenho, esse povo heroico e o apoio da comunidade internacional me fazem pensar que essa ditadura hondurenha tem as horas contadas", disse Correa em entrevista a uma rádio numa cidade do sul do país. O secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, tinha previsto viajar a Tegucigalpa para tentar abrir um diálogo com o governo interino, em meio a protestos favoráveis e contra o mandatário deposto. Para Correa, no entanto, as ações da OEA devem ser complementadas pelo repúdio mundial e pela defesa do povo hondurenho pela democracia. "O repúdio internacional vai fazer com que se desmorone esse poder de fato. O governo de fato em Honduras está enfrentamento um isolamento internacional total", acrescentou Correa, que se declarou amigo de Zelaya. Correa confirmou sua disposição de escoltar Zelaya, que tem uma ordem de prisão decretada, em seu retorno a Honduras, apesar das possíveis reações internas à decisão. "Se por aí um tipo distraído me meter um tiro, não sabe que favor à história ele fará, porque vai me imortalizar e dará um impulso decisivo a nossa revolução", disse Correa, que assegurou que "não teme muito morrer". "Estou disposto a servir o meu povo e meu povo não é apenas o Equador e sim a América Latina, onde quer que necessitem de mim", concluiu. O mandatário equatoriano não deu detalhes sobre a eventual viagem a Honduras, à qual também irá a presidente argentina, Cristina Fernández.

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