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Correção: Calouro abandona curso após trote violento

Por CHICO SIQUEIRA
Atualização:

A nota enviada ontem contém uma incorreção: a Famerp não é vinculada à Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp). A instituição tem o mesmo vestibular que a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), realizado pela Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest). Segue matéria corrigida.Um calouro da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) abandonou a escola após ser hostilizado em trote violento. Luiz Fernando Alves, de 22 anos, sofreu ferimentos físicos, perdeu a consciência e foi encontrado seminu, na beira da piscina de um clube de Rio Preto, onde era realizada a Festa do Bicho, na noite de terça-feira, 18. A Famerp é uma instituição pública, gratuita e administrada pelo governo estadual de São Paulo. Alves denunciou à polícia que foi obrigado, junto com outros alunos, a consumir bebida alcoólica e a ficar de joelhos, enquanto veteranos despejavam cerveja gelada em seu corpo, batendo com as garrafas em sua cabeça. Foi empurrado e agredido com socos e pontapés, enquanto urinavam e vomitavam em seu corpo. As agressões foram tantas que perdeu os sentidos e, quando acordou, estava seminu, na beira da piscina, com o corpo coberto por vômito e urina. Segundo Alves, além dele, outros rapazes e moças sofreram as mesmas agressões.No dia seguinte, ao comentar que reclamaria com o diretor da faculdade, começou a receber ameaças de morte, o que o fez abandonar a faculdade e voltar para Contagem (MG), onde moram seus familiares. Antes de partir, na sexta-feira, 21, ele fez um Boletim de Ocorrência denunciando as agressões."Meu filho sofreu ferimentos na coxa, na mão e no rosto e teve uma das orelhas cortada", contou nesta segunda-feira, 24, a mãe de Luiz, Flordelice Hudson. "Ele está em consulta com o psicólogo agora, está com muito medo", disse. "Não queremos que os alunos sejam punidos, que eles terminem o curso deles. Só queremos que meu filho seja transferido para outra escola", contou. Segundo Flordelice, a família não quer que o jovem retorne a Rio Preto. "Não sabemos o que pode acontecer se ele voltar.""Meu filho passou quatro anos estudando para o vestibular e estava feliz porque a escola é gratuita e não temos dinheiro para pagar ensino particular", diz. "Ele não tem pai com dinheiro não, aqui somos eu, ele e o irmão dele, que é deficiente", acrescentou Flordelice, que é pensionista há seis anos, desde que o pai de Luiz morreu. Em nota, a Famerp informou que abriu sindicância e que vai punir assim que identificar os alunos responsáveis pelos trotes. O delegado do 5º Distrito Policial, Airton Douglas Honorário, disse que estava à espera do Boletim de Ocorrência para iniciar a apuração do caso, que deve ser apurado como lesões corporais.

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