Correção: Doente mental também é vulnerável à aids

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Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

A nota enviada anteriormente tinha incorreção. Segundo o Ministério da Saúde, apesar de o índice de infecção do HIV entre doentes psiquiátricos chegar a 0,80% - contra 0,61% da população adulta brasileira -, o porcentual está dentro do mesmo intervalo de confiança do índice estimado para a população adulta. Por isso, segundo o ministério, o correto é dizer que os portadores de doenças mentais também são vulneráveis à aids. Segue texto corrigido: A prevalência de aids entre portadores de transtornos mentais é equivalente à média da população adulta brasileira. O índice de doentes psiquiátricos infectados pelo HIV chega a 0,80% e o valor encontrado está no mesmo intervalo de confiança do índice estimado para a população geral adulta, que é de 0,61%. A incidência de outras infecções também mostra a condição de vulnerabilidade dos pacientes analisados. Os dados fazem parte do "Estudo de soroprevalência da infecção pelo HIV, sífilis, hepatites B e C em instituições públicas de atenção em saúde mental: um estudo multicêntrico nacional", divulgado hoje pelo Ministério da Saúde. De acordo com o coordenador da pesquisa, Mark Drew Guimarães, os dados confirmam o que estudos pontuais anteriores já indicavam: as pessoas com transtornos mentais estão sim vulneráveis a essas infecções. O epidemiologista faz questão de deixar claro, porém, que o risco está provavelmente relacionado a questões comportamentais e de situação de risco e não necessariamente à presença dos transtornos. "Eles têm vida sexual ativa, mas o uso do preservativo não é consistente", afirma. Coordenado por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o estudo indica ainda índices de prevalência significativos de outras doenças sexualmente transmissíveis nesse público, como a sífilis (1,12%) e a hepatite B (14,7% tiveram contato com o vírus e 1,64% foram infectados). Segundo o estudo, 88% dos pesquisados já tiveram relação sexual - em 61% dos casos, com mais de um parceiro. Nos últimos seis meses, 61% tiveram relação, sendo 16% com mais de uma pessoa. Apesar disso, apenas 7% usaram preservativo em todas as ocasiões. O índice de uso da camisinha da população em geral é de 33%. A falta de orientação para prevenir as doenças nas unidades de atendimento psiquiátrico também colabora para o alto índice de infecção dos pacientes. Apenas 26,9% dos centros mantêm algum programa de educação sexual e 30% distribuem preservativos. Perfil A maioria dos participantes da pesquisa é composta de mulheres, acima de 40 anos, separadas ou solteiras, com filhos e pelo menos cinco anos de escolaridade. Os principais transtornos psiquiátricos de que sofrem os pacientes são esquizofrenia e psicose (47,7%), depressão (12,9%) e transtorno bipolar (9%).

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