O lucro líquido da Natura no quatro trimestre recuou 11,5 por cento na comparação anual, abaixo das expectativas do mercado, enquanto as despesas avançaram 17,5 por cento. A fabricante de cosméticos informou nesta quarta-feira que seu lucro líquido de outubro a dezembro somou 257,3 milhões de reais, abaixo da média das previsões de analistas consultados pela Reuters, de 296,4 milhões de reais. Segundo a empresa, o resultado sofreu impactos não-recorrentes concentrados no quarto trimestre de 2011, que diminuíram a carga tributária daquele período. O aumento das despesas com vendas, que ficaram em 638,1 milhões de reais, foi resultado de ajustes feitos nos incentivos de consultoras revendedores (CNOs), relacionados a um programa de produtividade, além de "maiores investimentos em marketing", informou a empresa. "No mesmo período, em nossas operações internacionais mantivemos fortes investimentos em marketing, além de maiores despesas na fase inicial do modelo CNO implantado na Argentina, no Chile e na Colômbia", disse a Natura em relatório de divulgação de resultados. A companhia encerrou o ano com lucro 3,7 por cento maior frente a 2011, a 861,2 milhões de reais. A receita líquida trimestral avançou 12,2 por cento, a 1,875 bilhão de reais na comparação anual, enquanto o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou 462 milhões de reais, recuo de 7,7 por cento. "Retomamos o crescimento das vendas no Brasil com um melhor equilíbrio entre expansão do número de consultoras e produtividade, resultado da execução de nossa estratégia de ampliar a frequência de compra dos clientes", disse a Natura. Em 2012, a receita cresceu 13,5 por cento, para 6,34 bilhões de reais, e o Ebtida subiu 6 por cento, a 1,5 bilhão de reais. A Natura também informou a aprovação, pelo Conselho de Administração, para distribuir 491,3 milhões de reais em remuneração a acionistas, sendo 469,5 milhões em dividendos e 21,8 milhões de reais em juros sobre capital próprio. Em 2012, os investimentos totalizaram 437,4 milhões distribuídos em expansão fabril, tecnologia da informação e logística, afirmando que entra em um ciclo em que "a tecnologia será cada vez mais um diferencial competitivo". (Por Juliana Schincariol)