CORREÇÃO-Pão de Açúcar visa aquisições em 2009 em meio à crise

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Por Redação
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O Pão de Açúcar está otimista sobre 2009 e procurará usar a crise financeira mundial a seu favor, seja ganhando poder de negociação de preços com fornecedores ou aproveitando aquisições de empresas que enfrentem dificuldades, segundo o presidente do grupo, Claudio Galeazzi. Há dois meses a rede montou uma divisão interna de aquisições e fusões e atualmente estuda "15 negócios diferentes", disse Galeazzi a jornalistas nesta segunda-feira. Ele não deu mais detalhes sobre quais seriam esses negócios, mas afirmou que eles envolvem redes com as quais o Pão de Açúcar já conversou no passado e também novas marcas. Entre os interesses do grupo estão a ampliação dos postos de gasolina e das drogarias nos mercados. "À medida em que a corda aperta no pescoço (dos possíveis alvos de compra), o diálogo fica mais fácil. A crise gera muitas oportunidades", disse ele. Os investimentos em 2009 --para aquisições ou para lojas do grupo-- virão do caixa da empresa, que atualmente é de 1,4 bilhão de reais. O grupo manteve a previsão de investimentos de 1 bilhão de reais e a abertura de 100 lojas neste ano. "Todos os investimentos serão feitos conforme a equação entre economia nacional e resultados da nossa empresa abram espaço para isso", afirmou o presidente, ressaltando a incerteza sobre a extensão da crise. "Dependendo do desempenho da economia é que vamos desacelerar ou acelerar os investimentos", disse, ressaltando que a abertura de pelo menos entre 60 e 70 das 100 lojas previstas para o ano está garantida. O foco dessas lojas é nas redes Assai e Extra Fácil. Outro ponto positivo que a crise trará é a maior capacidade de negociação com os fornecedores internos e externos que não querem acumular estoques caso a demanda em geral diminua. CAIXA FORTE O volume do caixa do Pão de Açúcar é um dos motivos que o leva a adotar uma postura otimista, depois de uma redução de investimentos em 2008 em alerta à crise --de 1,3 bilhão de reais previstos para 500 milhões de reais-- e controle do estoque, que caiu de 42 para 36 dias. "A crise não nos atingiu e provavelmente não vai nos atingir. Se nos atingir, seremos os últimos da fila", afirmou Galeazzi sobre a blindagem que essas medidas trouxeram. Além das aquisições, as diretrizes para 2009 incluem a manutenção da saúde financeira da empresa, a busca por fatia de mercado --que aumentou de 32,7 para 33,7 por cento-- e um possível controle de despesas. "Controle, e não corte, o que não afetaria nossos investimentos", enfatizou Galeazzi. Galeazzi preferiu não fazer previsão de vendas para 2009, dizendo apenas que "nossas expectativas seguem agressivas", mas reconhecendo uma desaceleração do crescimento desde dezembro. "Sem crise, o resultado de 2008 teria sido significativamente maior. Em dezembro o crescimento diminuiu... os produtos não-alimentícios foram os mais afetados." O grupo informou pela manhã alta de 21 por cento nas vendas líquidas em 2008, para 18,034 bilhões de reais. Em dezembro, o avanço foi de 12,6 por cento sobre igual mês do ano anterior. "Entramos em contato com a companhia e dados preliminares indicam que a tendência de arrefecimento de vendas que estava sendo sentida pelo grupo durante dezembro foi revertida nos últimos dias, devido a uma estratégia promocional mais agressiva", avaliou a Ativa Corretora em nota a clientes. (Reportagem de Vanessa Stelzer; Edição de Taís Fuoco)

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