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Corrige: Grito dos Excluídos reúne mil pessoas

Por GERSON MONTEIRO
Atualização:

Diferentemente do texto enviado anteriormente, o local da reportagem foi Aparecida e não Aparecida do Norte. Segue texto correto:O Grito dos Excluídos, movimento que aconteceu simultaneamente em todo o Brasil, neste 7 de Setembro, reuniu aproximadamente mil pessoas no pátio do Santuário Nacional, em Aparecida, a 181 km de São Paulo. Em sua 18ª edição, o Grito dos Excluídos teve um esvaziamento, que, segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), deve-se a movimentos descentralizados em todo o País.De acordo com o Bispo Dom Francisco Biasin, o esvaziamento não diminuiu a fidelidade e continua sendo ecoado pelo país. "Nosso maior desafio é ter esse grito na garganta dos jovens", disse.A fraca participação do público foi sentida por quem está acostumado a participar do movimento. Sérgio Adriano Barbosa, funcionário público, levou toda a família para participar do ato. "Esta é a minha terceira vez aqui e realmente está menor", comentou, afirmando que são importantes as manifestações contra a corrupção.Participantes da 25ª Romaria dos Trabalhadores também se juntaram aos militantes do Grito dos Excluídos. Gerson Manoel dos Santos, pintor e coordenador paroquiano em Mauá (SP), disse que antigamente era mais fácil arrebanhar pessoas para a peregrinação, de cinco dias de São Paulo a Aparecida, e manifestar no pátio do Santuário."Continuamos lutando para que não esvazie, mas nesse ano só conseguimos vir em onze pessoas", comenta Santos, ao dizer que a cada ano diminui o número de pessoas dispostas a participar das manifestações na cidade. Já a balconista Antonia dos Santos acredita que o esvaziamento do ato seja por conta do descrédito com os atuais políticos. "Também falta fé nas pessoas", critica.A Igreja Católica aposta na força das redes sociais para mobilizar os jovens e reverter a situação para as próximas edições do evento. Para Dom Biasin, a organização dos jovens hoje em dia é muito maior. "Vejo que muitos jovens participam de debates políticos, com analistas sociais e candidatos. Há 10 anos eles não estavam tão presentes como agora.""Certamente o clima não é um dos mais favoráveis, mas há sinais promissores de despertar no debate sobre a política nas novas gerações. Eles manifestaram uma insatisfação aos modelos existentes", defende o líder católico.A fraca participação do público no ato em Aparecida não desanima a Igreja. "No ponto de vista da compreensão social dos acontecimentos, hoje se olha muito mais o detalhe, o que acontece na base e menos o que acontece em nível nacional e global", argumenta.Para o coordenador da romaria de Mauá, falta participação política dos brasileiros. "Se o eleitor tiver mais consciência da importância do seu voto e cobrar mais dos eleitos, teremos um país com mais igualdade."O Grito dos Excluídos em Aparecida neste ano teve como tema "Queremos um Estado a serviço da nação, que garanta direitos a toda população". A Romaria dos Trabalhadores levou o tema "Mãe, 25 anos semeando saúde, moradia e trabalho digno."FeriadoDe acordo com o Santuário Nacional, durante todo o feriado são esperadas 300 mil pessoas. Amanhã, sábado, a igreja comemora 61 anos da Rádio Aparecida e 7 anos da TV Aparecida, com missa às 9h presidida pelo Cardeal Arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis. Somente no domingo, cerca de 160 mil pessoas deverão passar pela cidade.

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